"O dia em que o morro desceu e não foi carnaval"
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O título acima é de um belo samba de
Wilson das Neves, que fala sobre o imenso poder que o povo tem quando
se mobiliza: “Não tem órgão oficial, nem governo, nem Liga, nem
autoridade que compre essa briga, ninguém sabe a força desse
pessoal”, diz a letra.
O medo da burguesia e da alta classe
média se concretizou no Rio de Janeiro: a favela desceu o morro. A
revolta negra explodiu. As cenas de barricadas na zona sul do Rio são
uma mostra que os ventos de junho seguem soprando no Brasil. Os
assassinatos dos jovens negros são comuns nas comunidades pobres. A
novidade é a reação do povo negro. Saibam os governantes deste
país – O PT e PMDB, do governo federal, o PSDB e toda a oposição
burguesa – que isso é só o começo. A polícia vai reprimir mais,
mas o povo vai reagir com mais força. Vem aí a Copa...
A inflação voltou para valer e atinge
principalmente os alimentos, item que mais pesa no bolso dos
trabalhadores. Os números não mentem. Os preços em geral subiram
muito, mas os dos alimentos subiram mais ainda. Os trabalhadores não
aguentam a alta dos preços e vão à luta em defesa dos salários.
No carnaval, os garis do Rio cruzaram os braços, conquistaram o
apoio da população e um aumento salarial de mais de 30%. Os
trabalhadores do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e
os servidores federais seguiram o caminho. Na copa vai ter luta...
Apesaar dos benefícios fiscais
concedidos pelo governo Dilma, que aumentaram o lucro da indústria
automobilística, as montadoras iniciaram demissões, a começar pela
Volkswagen, do ABC, que não poupou nem trabalhadores com
estabilidade. A vergonhosa parceria do sindicato dos metalúrgicos
do ABC e da CUT com as empresas não garantirá os empregos. É
preciso lutar e exigir que Dilma proíba as demissões e garanta a
estabilidade no emprego para todos. Para isso, é preciso reduzir a
jornada de trabalho sem reduzir os salários. Dilma escuta...
Todos esses processos de lutas devem
confluir para o período da Copa da FIFA. A jornada de lutas, aprovada
pelo Encontro “Na Copa vai ter Luta!”, organizado pelo espaço
Unidade de Ação, em São Paulo, que reuniu milhares de
ativistas de todos o país, já começou. O 1o de Maio – dia
internacional de luta dos trabalhadores – é parte desse processo,
que continua num Dia Nacional de Luta, marcado para 15 de Maio, contra
as injustiças da Copa.
É preciso voltar às ruas, como em Junho de 2013, em defesa dos direitos dos trabalhadores e da
juventude. Chega de dinheiro para banqueiros e multinacionais!
Exigimos aumento geral de salários, congelamento dos preços, fim
das demissões e estabilidade no emprego. Queremos saúde, educação,
transporte e moradia para todos. Chega de violência contra o povo
pobre e negro. Desmilitarização da PM já!
Como dizia o sambista: “melhor é o
Poder devolver a esse povo a alegria, senão todo mundo vai sambar no
dia em que o morro descer e não for carnaval”.
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