As Eleições em Florianópolis e o PSTU


A imprensa burguesa tem noticiado que o atual prefeito não concorrerá a sua reeleição. Que agora sua coligação deverá ser encabeçada por Ângela Amim, do famigerado PP. Isso se dá porque Cezar Junior acumula um grande desgaste. Se concorresse, amargaria um  desmoralizante derrota.

Essa grande desaprovação da sua gestão não se dá apenas por ser “play boy”, ou pelo fato de que ele é pouco chegado ao trabalho. Ficar só nesse argumento é o discurso de quem deseja governar com a mesma política que ele implementou na prefeitura. A política que é sim a causa mais de fundo do desgaste de seu mandato. E essa sim que tem que ser radicalmente mudada.

E a sua política em nada difere da de Dilma e de Colombo. Com a chegada da crise econômica todos os governos querem jogar a conta nas costas dos trabalhadores. Assim, apesar de a crise ser criada pelos capitalistas e não por nós trabalhadores, é para nós que sobra o arrocho, o desemprego e a piora nos já precários serviços públicos. 

Aqui em Floripa, mesmo quando a crise ainda nem havia se manifestado, Cesar Jr já estava atacando os trabalhadores querendo arrochar seus salários. Esses cortes nos gastos têm como objetivo principal economizar para sobrar ainda mais para os grandes grupos econômicos e os juros para os bancos. Afinal são eles quem mandam, são eles quem  financiam suas campanhas eleitorais e seus partidos políticos (Isso sem falar na corrupção). 

A estes ricos e poderosos são dados benefícios fiscais e de crédito que nenhum trabalhador tem. Por isso é que, mesmo com a  crise,  os grandes grupos econômicos, via de regra, têm seus lucros garantidos e, até mesmo em muitos casos, aumentados devido a intensificação da exploração dos trabalhadores durante a crise. 

Mas essa política de Cesar Jr. os outros candidatos da burguesia não vão criticar, porque querem mantê-la igual. Vão tentar demonstrar que com eles vai ser diferente usando as mentiras de sempre. Além da candidatura de Ângela Amin  nesse setor da  burguesia tradicional de direita, aparecem outras  prováveis  candidaturas. A mais conhecida é a de Gean Loureiro pelo PMDB, mas há também  a possibilidade de os Bornhausenn laçarem seu próprio candidato através do seu PSB. Estas são candidaturas que  em nada se diferenciam. São candidaturas que representam interesses absolutamente iguais.

Já do PT, que se bandeou com “mala e cuia”, para o lado dos ricos e poderosos, pouco se houve falar. Nas eleições passadas já não tiveram forças para lançar uma candidatura própria e coligaram-se com o PCdoB apoiando a candidata desse partido.  Hoje, sem duvida, o PT esta situação bem pior depois de todo o fracasso do Governo Dilma e de seu vergonhoso envolvimento nos gigantescos esquemas de corrupção.    

O PC do B também não fez por menos. Não só participou de “corpo e alma” no governo Dilma, como ainda aqui no estado, traiu mais escandalosamente os interesses dos trabalhadores e da juventude entrando no reacionário governo de Colombo. Portanto é diretamente responsável por um governo que não se cansa de atacar os direitos dos trabalhadores.

Assim, não podemos lamentar que esses dois partidos (PT e PCdoB), estejam enfraquecidos para disputarem as eleições municipais. Isso não se deve a algum ataque da burguesia ou mesmo uma suposta direitização dos eleitores. Seu enfraquecimento é fruto direto de suas traições. Cabe a quem esta na luta ao lado dos oprimidos e explorados tirar as conclusões corretas desses fatos para não repetir a infame trajetória destes partidos.

Por isso nós do PSTU temos sido tão intransigentes na luta para que os partidos de esquerda não aceitem doações financeiras da burguesia e que não coliguem com seus partidos. Não podemos repetir o erro desses partidos que, primeiro se aliaram com a burguesia e depois se tornaram seus porta vozes. É preciso estar frontalmente na oposição a esses partidos.

Muito nos preocupa as notícias divulgadas por um conhecido comentarista político de que o PSOL estaria discutindo com PT e PCdoB a formação de uma chapa para continuarem nas eleições a unidade que já tiveram nos atos “contra o golpe”.  Atos estes que foram na verdade para defender a manutenção de Dilma no governo federal. Pouco tempo antes já havia sido noticiado as negociações do PSOL com o partido da REDE (partido da Marina Silva), também para uma composição. Aguardamos ansiosamente que o PSOL faça um desmentido taxativamente dessas noticias, mas até agora nenhuma declaração apareceu desmentindo essas articulações. Muito lamentamos que o PSOL também queira enveredar por esse caminho. O final desse caminho já conhecemos todos. São acordos espúrios para chegar ao governo que depois cobram implacavelmente seu preço. 

Nós do PSTU mesmo com todas as dificuldades impostas pela nova legislação eleitoral que dificulta ainda mais a participação dos partidos socialistas nas eleições, não fugiremos as nossas responsabilidades. Apresentaremos uma candidatura combativa, comprometida com as luta dos trabalhadores, dos estudantes pobres, das mulheres, dos negros, das LGBTs. Faremos da campanha uma trincheira para a luta pela GREVE GERAL contras as reformas, o ajuste fiscal e a política econômica de Temer e do congresso. Agitaremos por FORA TEMER, FORA TODOS, ELEIÇÕES GERAIS JÁ, com novas regras e sem corruptos para que não voltem nem Dilma nem Cunha. Esse é o caminho para avançarmos para um verdadeiro governo dos trabalhadores, um GOVERNO SOCIALISTA BASEADO EM CONSELHOS POPULARES.



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