Projeto "Prefeitura no Bairro", de Cesar Souza, não atende expectativas de moradores
Jóe José Dias
No dia 13 de junho aconteceu no Bairro João Paulo mais uma
edição do Projeto “Prefeitura no Bairro”, que, segundo a
prefeitura, tem por objetivo dialogar com a população sobre
problemas recorrentes nas diversas comunidades visitadas, ficando não
somente o prefeito, mas igualmente seus secretários, à disposição
dos moradores para receberem demandas, ouvirem reclamações e / ou
sugestões.
Nesta
edição, que em seu caráter certamente não diferenciou das demais
já ocorridas na cidade, os moradores e as “lideranças” do
bairro expuseram suas reivindicações e reclamações sobre os mais
variados assuntos, dentre eles: saneamento básico, segurança
pública, transporte, calçamento das ruas e melhores condições na
educação. Enfim, boa parte da pauta contemplada pelas manifestações
que vêm tomando conta deste país.
Em
clima de festa, onde participaram somente moradores que se
inscreveram de antemão, o prefeito, mais seu vice e o presidente da
Câmara de Vereadores, apresentaram o projeto da futura praça do
bairro, reivindicação antiga dos moradores e que há muito tempo
vem sendo relegada em detrimento de outras “prioridades”. Seria
sim avanço este “diálogo” da prefeitura com os bairros, não
fosse o caráter centralizador e antidemocrático que esses “fóruns”
assumem.
Vejamos
o exemplo da praça: acerca dela, criou-se uma polêmica a
respeito de seu suposto nome; a prefeitura, por meio de seu
porta-voz, anunciou um que não agradou o conjunto da comunidade,
pois não representava algo ou alguém do bairro. Mera cortina de
fumaça, criada para despistar o foco de outras polêmicas realmente
importantes, como o saneamento básico, haja vista a grande polêmica
que há entre o modelo proposto pela prefeitura de Florianópolis e
do governo do estado, centralizado e calcado nos “submarinos”,
com recursos de multinacionais japonesas, e o proposto pelos
conselhos comunitários, descentralizado e de mais fácil
implantação, onde cada localidade trata seus esgotos e diminui os
riscos de desastres ambientais.
Os
Conselhos Populares e os Limites da Democracia Burguesa
Nós,
do PSTU, defendemos a criação dos conselhos populares: organismos
compostos pelas representações da classe trabalhadora (sindicatos,
movimentos sociais, associações e etc.) que seriam responsáveis
pela destinação de 100% das verbas da cidade. Estes
conselhos teriam a função de discutir as prioridades da cidade
desde o ponto de vista dos trabalhadores, votando políticas a serem
implementadas, sendo a mobilização popular uma de suas “armas”,
pois, com isso, enfrentará inclusive a corrupção e o descaso da
Câmara de Vereadores, fazendo com que ela se subordine às
deliberações destes conselhos, visto que representarão diretamente
a população da cidade.
Quando
estamos nos parlamentos, defendemos uma atuação revolucionária e
não o acumulo de privilégios, como fazem os políticos
tradicionais. Nossos representantes recebem o salário que recebiam
antes como trabalhadores e atuam no intuito de impulsionar a
participação dos trabalhadores e da juventude através de sua
mobilização independente, sempre “prestando contas” de seus
atos à população. Assim o fazemos para que os trabalhadores
percebam o caráter de classe das instituições do Estado, a começar
por suas instâncias de governo.
A Vereadora de Natal, Amanda Gurgel (PSTU-RN), por exemplo, encaminhou à Câmara de Vereadores, neste ano, três emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias que visavam melhorar as condições de vida da população e trazer mais transparência ao poder público. No entanto, aprovou-se só uma delas, e mesmo assim graças à pressão popular das ruas, onde aumentou-se de 25% para 30% a destinação da verba orçamentária mínima para a educação. Em Florianópolis não é diferente. Se falta moradia aos mais pobres, sobram resorts de luxo e mansões para os ricos. Se faltam recursos para saúde, educação e transporte público, sobram recursos para desonerações tributárias e o pagamento das dívidas aos empreiteiros e banqueiros.
A Vereadora de Natal, Amanda Gurgel (PSTU-RN), por exemplo, encaminhou à Câmara de Vereadores, neste ano, três emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias que visavam melhorar as condições de vida da população e trazer mais transparência ao poder público. No entanto, aprovou-se só uma delas, e mesmo assim graças à pressão popular das ruas, onde aumentou-se de 25% para 30% a destinação da verba orçamentária mínima para a educação. Em Florianópolis não é diferente. Se falta moradia aos mais pobres, sobram resorts de luxo e mansões para os ricos. Se faltam recursos para saúde, educação e transporte público, sobram recursos para desonerações tributárias e o pagamento das dívidas aos empreiteiros e banqueiros.
Hoje,
vemos o povo nas ruas clamar por melhores serviços públicos, mais
direitos e menos corrupção. Fruto da mobilização popular que
pressionou os políticos, ocasionando em mudanças. Mas elas foram
pontuais. E sempre serão dentro do capitalismo, pois os orçamentos
públicos continuarão sempre direcionados, na maioria das vezes,
para resolver os problemas dos empresários e banqueiros que
financiam as campanhas dos políticos dos grandes partidos.
Precisamos derrotar a política de César Jr. e da Câmara de
Vereadores a serviço do grande capital, que nunca atende nossas
reivindicações, e reafirmar um projeto alternativo de sociedade.
Isso passa necessariamente pela construção de Conselhos Populares e
a superação dos limites da democracia burguesa que aí estão.
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