Santa Catarina teve mobilizações e greves no 11 de Julho
As manifestações do 11 de Julho se espalharam por todo o estado de
Santa Catarina. A grande mídia se esforça para tentar esconder o tamanho
da mobilização, mas o fato concreto é que milhares se mobilizaram neste
dia nacional de lutas.
Em Florianópolis, logo pela manhã, uma das pistas da ponte Colombo
Salles, que liga o continente à ilha, foi ocupada pelos trabalhadores da
Companhia de Melhoramentos da Capital (COMCAP). Servidores públicos
municipais, estaduais e federais e trabalhadores do transporte coletivo
paralisaram suas atividades. A CSP-Conlutas de Santa Catarina e a ANEL
mobilizaram trabalhadores e estudantes em diversas categorias:
professores estaduais; estudantes, técnico-administrativos e professores
da UFSC e do IFSC; estudantes secundaristas das escolas estaduais; no
judiciário federal e outras.
A
passeata unificada, no período da tarde, reuniu todas as categorias e
entidades, contando com mais de 5 mil trabalhadores que se manifestaram
em marcha pelo centro da cidade. A Frente de Luta pelo Transporte
público, o Movimento Passe-Livre e a ANEL também marcaram presença com
uma animada coluna.
Palavras de ordem por mais investimentos em saúde, transporte e
educação e por reforma agrária tiveram importante peso no ato. Marcou
forte presença também a exigência pela redução da jornada de trabalho, o
fim do fator previdenciário e arquivamento do PL 4330, que aumenta as
terceirizações. Foi cantado também que a luta dos trabalhadores é
internacional, a exemplo das grandes mobilizações que acontecem hoje na
Europa, e que nossa luta contra as opressões machistas, racistas e
homofóbicas tem que ser todo dia. Os trabalhadores cantaram mais de uma
vez de maneira unificada: “Olê, olê, olê, olá / Contra o arrocho salarial, trabalhador vai fazer greve geral!”.
As colunas da CSP-Conlutas e da ANEL apresentaram, a partir da pauta
unificada, a necessidade de fazer avançar as reivindicações e lutar por
uma mudança do conjunto da política econômica que vem priorizando o
pagamento das dívidas aos banqueiros, as privatizações, as desonerações e
nada faz de concreto contra o aumento do custo de vida. A necessidade
de também se lutar pela estatização dos transportes coletivos e a tarifa
zero. Foi denunciada a manobra do governo federal de desviar o foco das
mobilizações com um plebiscito que não pauta as reivindicações
populares.
Houve atos de rua também em outras cidades do estado, como Chapecó,
Blumenau e Joinville. A BR-101 foi bloqueada nas proximidades do viaduto
de acesso a Blumenau, no trecho de acesso à Ponte de Cabeçudas, em
Laguna, no trecho próximo a Imbituba e no pedágio de Correia Pinto.
Repressão
Na manifestação de Florianópolis, tivemos a prisão de dois
manifestantes quando, ao fim do ato, foi pulada a catraca do Terminal
Integrado do Centro. Após a prisão, a manifestação foi em direção à
delegacia de polícia onde os manifestantes estavam presos. Eles acabaram
sendo soltos após protesto em frente à delegacia, que parou a Avenida
Gama D’Eça, no centro da cidade.
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