Nota de apoio do PSTU à luta dos trabalhadores do transporte coletivo de Florianópolis

Gilmar Salgado, do PSTU


Estive na assembleia do dia 27/05 que definiu pela paralisação de 24h, que mexeu com a nossa cidade na quarta-feira. Desta vez, Florianópolis também entrou nos noticiários com tudo, e mostrou que aqui também há muita insatisfação dos trabalhadores com as empresas privadas de transporte coletivo e com a prefeitura.

A mobilização dos trabalhadores do transporte, neste momento, é pela garantia do posto de trabalho do cobrador, que está ameaçado por uma automatização (o cobrador deixaria de existir nos ônibus). Nós do PSTU somos totalmente contrários a esta substituição, pois entendemos que a segurança de todos (usuários do transporte, funcionários e pessoas presentes no trânsito) está em risco, principalmente porque este acúmulo de função no motorista, que fica mais exposto a assaltos e tira sua atenção, causa também um estresse extra que o prejudicaria na condução do ônibus.

Mais que isso, queremos defender os postos de trabalho destas mulheres e homens que sofrem junto com a população as mazelas do caos no trânsito e no transporte público. Os ônibus hoje são um local de sofrimento, tanto para quem usa apenas no trajeto, quanto para quem trabalha lá durante todo o dia.

Nossa cidade já é, pelas suas características naturais e econômicas, muito excludente. Os postos de trabalho, além de poucos, são precarizados, com salários baixíssimos e muita exploração. Não podemos deixar que um setor tão grande e importante em nossa cidade simplesmente desapareça. Aqui em SC temos o exemplo de Joinville, por exemplo, que há anos extinguiu a função de cobrador. A quem serviu esta mudança? À população e aos trabalhadores que não foi: a passagem segue caríssima (mais cara que em Florianópolis) e o sistema de transporte coletivo terrivelmente precário.

Nós do PSTU estamos a favor de todos os trabalhadores do transporte e de sua direção, o SINTRATURB, na defesa dos empregos e de melhores condições para a população usuária. Seguiremos juntos também nas mobilizações e lutas para evitar este ataque. Não acreditamos que a redução em R$0,15 no valor da passagem seja compensação suficiente pelo desemprego dos cobradores. Pelo contrário: sabemos que é uma compensação temporária para buscar enganar a população, buscando seu apoio. Assim como a mídia nesta semana não conseguiu enganar a população usuária do transporte público de que o caos no trânsito só existe em dias de luta, tampouco os empresários lograrão êxito oferecendo este desconto irrisório.

Queremos um transporte público de qualidade, com tarifas sociais, tarifa zero para estudantes e desempregados, oferta de horários e itinerários que supra as necessidades da população. Queremos os trabalhadores do transporte com seus postos de trabalho garantidos! Defendemos também a municipalização do transporte coletivo da cidade, e que este seja controlado não somente pelos trabalhadores, mas pela população usuária, bem como apoiamos incondicionalmente a luta da categoria pelas 06 horas diárias, sem redução de salário. Afinal de contas, trânsito e estafa não combinam.

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