Seminário impulsiona luta contra a criminalizaçao dos movimentos sociais em SC



Aconteceu, no dia 6 de junho, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, o Seminário Estadual Contra a Criminalização dos Movimentos Sociais, organizado pela frente de luta contra a criminalização e entidades sindicais criminalizadas. O evento contou com a participação de entidades sindicais e estudantis, organizações políticas, movimentos populares e representações parlamentares. Durante o dia, cerca de 200 pessoas debateram a situação do estado e do país hoje, o aumento das lutas e a resposta dos governos, dos patrões e da Justiça, que têm sido a repressão, demissões e criminalização.

O primeiro momento do seminário foi a mesa sobre movimentos atualmente criminalizados; contou com representações de várias partes do estado. Inúmeros casos de perseguição e judicialização foram relatados, passando pelos conflitos no campo, na construção de barragens, nos quilombos e comunidades indígenas até a luta dos grevistas do Sintespe, da Ocupação Amarildo e a luta dos estudantes, técnicos e docentes envolvidos no episódio conhecido como o Levante do Bosque, na Universidade Federal, em Florianópolis.

No início da noite, aconteceu uma mesa sobre as lutas de hoje e a criminalização. Estavam presentes a representante do MST, Daniela Rabaiolli, o professor da UFSC, Nestor Habkost, o representante do Movimento de Luta pela moradia de São Paulo e ex-exilado político, Gegê e o representante do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, ex-preso político e membro da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha.


O aumento visível das injustiças sociais, o favorecimento dos governos aos grandes empresários, a realização da Copa do Mundo e a tentativa de fazer parecer que vivemos na normalidade é a tônica dos governos em ano de eleição e foi duramente criticada por vários lutadores presentes. “Sabemos que hoje a postura do governo federal tem sido a de atacar os movimentos dos trabalhadores e da juventude que, desde junho de 2013, estão nas ruas, na defesa dos direitos mais básicos como a saúde, educação, moradia e transporte”, destacou João Sol, do PSTU de Florianópolis.

O paralelo traçado com a ditadura militar brasileira esteve presente em todos os momentos. “A postura dos patrões e dos militares, na época da ditadura, é muito semelhante com a que vemos hoje em dia, chamavam os lutadores de vândalos”, afirmou Mancha.

Ao final do seminário, foi aprovada a Carta de Florianópolis, relatando os casos de criminalização e convocando as organizações para se somarem à luta contra a criminalização, além da exigência de que aconteçam audiências com os representantes das comissões de direitos humanos nacional, estadual e municipal para que os processos sejam retirados, pois eles têm caráter político, e lutar é um direito conquistado pelos trabalhadores com a derrubada da ditadura militar no Brasil.



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