Uma polêmica com a Juventude Comunista Avançando


Na tarde do dia 16 de setembro fomos surpreendidos com a nota da Juventude Comunista Avançando (JCA), organização ligada ao Polo Comunista Luiz Carlos Prestes (PCLCP), dizendo que não vai participar da Marcha dos Trabalhadores e das Trabalhadoras que acontecerá neste dia 18, em São Paulo. Nós, da Juventude do PSTU, acreditamos que a posição desta organização vai na contramão do que defendem em sua nota de fortalecer os movimentos populares, estudantis e dos trabalhadores e da importante unidade conquistada com o manifestado de construção da marcha assinada por vários coletivos e organizações estudantis. A alternativa construída pelo dia 18 é a única independente de qualquer governo e de qualquer setor da burguesia.

Desde a posse de Lula em 2003 lutamos ombro a ombro contra diversos ataques dos governos do PT, da luta contra a Reforma da Previdência à luta contra o REUNI, da defesa da autonomia universitária à luta contra retirada de direitos dos trabalhadores. Bem diferente de agora, onde apoiam a atual reitoria Roselane, na UFSC, que se coloca como defensora intransigente do governo Dilma e de seus cortes.

Sua nota política afirma que devemos lutar “contra o conservadorismo, em defesa da democracia, contra o ajuste fiscal e por direitos populares”. Mesmo para lutar por essas pautas as companheiras e companheiros da JCA, que tem participado das lutas da juventude, esquecem-se que é não só importante, mas necessário, que lutemos também contra o atual governo Dilma, que conta com o apoio de importantes setores conservadores e da direita (a exemplo da participação de Kátia Abreu e Joaquim Levy, entre muitos outros). É impossível lutar de maneira consequente contra o ajuste fiscal ao lado de quem os aplica. Quem está com a tesoura nas mãos é Dilma/PT e este congresso de corruptos. Acreditamos que essa luta tem que se dar também, e em igual medida, contra a oposição de direita liderada por Aécio Neves, do PSDB, e por Eduardo Cunha, do PMDB, que tem o mesmo programa de ataques e em nada se diferem na corrupção.

  
Os atos do dia 20 não são uma alternativa para os lutadores

No dia 20 de agosto diversas centrais sindicais (como a CUT e a CTB), movimentos populares (MST, MTST, etc.) e movimentos estudantis (UNE e setores da Esquerda da UNE) foram para as ruas lutar contra um suposto golpe da direita, pela democracia e contra o Impeachment.

Majoritariamente, a esquerda no Brasil e no mundo até hoje é tentada a ficar na sombra de governos de conciliação de classes como o do PT, de Dilma e de Michel Temer (PMDB). Como se fossem o "mal menor". Isso, historicamente, só levou a derrotas e a desmoralização da classe trabalhadora. Foi por acreditar nesses últimos 12 anos num "mal menor" que vamos ficando nesse mal cada vez maior.

Agora que a classe trabalhadora rompe com o governo do PT é obrigação número um de todos aqueles que se reivindicam da esquerda e socialistas a defender que precisamos dar uma basta ao governo Dilma/PT e a sua oposição de direita, construindo uma alternativa socialista dos trabalhadores e da juventude. A classe trabalhadora mobilizada tem sim o direito de botar pra fora esse governo. Mas não só eles, e sim, também Cunha, Renan e Temer do PMDB e Aécio Neves do PSDB. Se a esquerda abrir mão de criar condições para tal, estará ajudando a direita a construir uma saída sua frente ao enorme desgaste do governo petista, abrindo brecha para qualquer demagogo que possa surgir.

Isso em nada tem haver com a saída apontada pelo impeachment, onde o congresso nacional decide se Dilma e o PT saem ou não da presidência e quem entra em seu lugar. Queremos justamente tirar da democracia-burguesa corrupta o direito de escolher nossos governos e nosso futuro e entregar para a mobilização e organização independente da classe trabalhadora.


O dia 18 e a luta dos trabalhadores

Estamos juntos com os trabalhadores que vão marchar no dia 18 de setembro. Somos contra Dilma/PT; Temer, Cunha e Renan/PMDB; e Aécio/PSDB. É preciso derrotar o ajuste fiscal e a agenda Brasil. Que os ricos paguem pela crise. Por uma alternativa classista dos trabalhadores, da juventude e do povo pobre! Não queremos uma saída pelo congresso nacional com o impeachment, substituindo Dilma por Temer, Cunha ou Renan. Os trabalhadores têm que se organizar para construir uma alternativa com a nossa cara e da nossa classe!

O início da construção desta alternativa é a construção do grande ato que ocorrerá na Avenida Paulista dia 18. Convidamos a JCA e ao PCLCP a rever sua posição de não participação no dia 18. É só com total independência de qualquer governo e de qualquer setor da burguesia que podemos construir uma saída dos trabalhadores para esta crise!

Juventude do PSTU Florianópolis - 17/09/2015

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