Fora Colombo, Pinho Moreira e essa Alesc! Fora Temer e esse Congresso Nacional! Fora Todos Eles!





O governador Raimundo Colombo (PSD) está mais uma vez na lista da corrupção. Primeiro apareceu em planilhas de pagamento de propinas da Odebrecht e foi delatado por executivos desta empresa de ter pedido entre 2010 e 2015 propinas que totalizaram R$ 17,1 milhões. Nos novos escândalos envolvendo as delações da JBS, gigante do setor alimentício, novamente é acusado de pedir propina no valor de R$ 10 milhões para a campanha eleitoral de 2014.


O Governo Colombo é igual até na Corrupção

Os milhões em propinas irrigaram as campanhas eleitorais da chapa de Raimundo Colombo/PSD e de Pinho Moreira/PMDB, em 2010 e 2014 ao governo do estado, e de aliados políticos seus, como a campanha do ex-prefeito de Florianópolis César Souza Jr, em 2012, e do deputado estadual Gelson Merísio, em 2014. César Jr é o atual secretário de assuntos estratégicos do governo estadual e Gelson Merísio foi presidente por duas vezes da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (ALESC) durante o governo Colombo e é o atual presidente estadual do partido do governador.

Em troca das propinas, Colombo prometeu privatizar a Casan pelo menos três vezes. Primeiro para a Odebrecht, a partir das propinas dadas em 2010 e 2012. Posteriormente, em 2014, o governador novamente ofereceu a Casan em troca de propinas, segundo seus delatores. Dessa vez, a empresa estadual catarinense de saneamento foi ofertada para duas empresas: tanto foi oferecida para a Odebrecht pela segunda vez, como agora também para a JBS, que teria interesse em começar a operar no ramo do saneamento básico. Mais uma vez não entregou o prometido.

Todas essas delações mostram o quanto não existe qualquer impedimento moral nas ações dos políticos e de grandes empresários. Da mesma forma que se organizam como verdadeiras quadrilhas para assaltar cofres públicos, destruir direitos da classe trabalhadora e rifar o patrimônio público, também se organizam para passar a perna uns nos outros. Vale tudo! 

Caiu agora de uma vez por todas a máscara do governo Colombo e de todo seu discurso mentiroso em defesa da moral e da democracia em meio à crise política nacional que chegou de vez em Santa Catarina. O governo Colombo também é parte do mar de lama da corrupção.


Uma Democracia a Serviço dos Ricos e dos Corruptos

Essas delações também demonstram o quanto o regime político que vivemos hoje no país não tem nada de democrático. O povo vota, mas quem guia as ações dos políticos é a propina paga pelos grandes empresários.

Os escândalos envolvem os políticos de grandes partidos, como o PMDB, PSDB, PSD e PT, além de figurões da política nacional, como o atual presidente da República Michel Temer/PMDB, os ex-presidentes da República Dilma e Lula do PT e FHC do PSDB, o senador Aécio Neves/PSDB, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin/PSDB e os presidentes das duas casas legislativas do Congresso Nacional, Rodrigo Maia/DEM na câmara dos deputados e Eunício de Oliveira/PMDB no senado. Inclusive o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) recebeu R$ 200 mil em propina na campanha de 2014. Em Santa Catarina políticos importantes também aparecem na lista das delações de recebimento de propinas.

O senador catarinense pelo PSDB, Dalírio Beber, é acusado de negociar propinas com a Odebrechet em 2012 para o então candidato e atual prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes, também do PSDB. A Odebrecht comprou também seus principais concorrentes. Décio Lima, deputado federal pelo PT, negociou propina para Ana Paula Lima (PT), deputada estadual e candidata em 2012 à prefeitura da cidade. Jean Khulmann, deputado estadual pelo PSD e candidato à prefeitura, também recebeu propina neste ano. Cada um recebeu por meio de caixa 2 da Odebrecht R$ 500 mil reais. A contrapartida seria manter a concessão e os interesses da Odebrecht, que controla o serviço de saneamento de Blumenau. Ideli Salvati do PT também foi delatada de ter recebido da Odebrecht  R$ 300 mil em 2010 na campanha para o governo do estado, a pedido de Carlito Merss (PT), que na época era prefeito de Joinville.

Os outros 2 senadores catarinenses, Paulo Bauer, líder do PSDB no senado, e Dário Berger, do PMDB, também foram citados nas delações da JBS por terem recebido propinas. Dário teria recebido R$ 1 milhão da cota de Renan Calheiros (PMDB-AL) junto a JBS em 2014. Também Bauer recebeu propinas da gigante do setor alimentício. Seu recebimento foi de R$ 100 mil nas eleições ao senado de 2010 e mais R$ 400 mil nas eleições ao governo do estado de 2014 da cota do senador José Serra (PSDB-SP). Os dois receberam propinas em troca de apoios políticos. 


Nenhuma Confiança no Judiciário

Não podemos confiar que o judiciário vai livrar o país da corrupção. Este vem sendo no mínimo muito complacente com os corruptos e corruptores. O STF libertou recentemente José Dirceu, Eike Batista e outros corruptos e corruptores. O juiz Sérgio Moro livrou da cadeia a cúmplice de Cunha na corrupção, a jornalista Claudia Cruz. 

A maioria dos acusados com provas irrefutáveis seguem soltos, incluindo os grandes empresários que vivem de corromper agentes públicos para se beneficiarem. Os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, por exemplo, pagaram apenas uma multa e ganharam o direito de ir morar em Nova Iorque. 

Neste momento, o acusado de ser o principal interlocutor dos interesses de Colombo para a negociação de propinas, Antonio Gavazzoni, está solto. Gavazzoni foi até alguns dias atrás um dos principais secretários de governo e braço direito do governador. Ele também é advogado. Recentemente pediu exoneração do cargo no governo para sair dos holofotes e poder organizar a defesa do governador e dos seus aliados.


Não Podemos Pagar a Conta da Corrupção e da Crise Econômica

A conta da corrupção e da atual crise econômica criada pelos ricos e corruptos sempre acaba sobrando para os trabalhadores pagarem com desemprego, arrocho salarial, precariedade dos serviços públicos, reformas que atacam os direitos trabalhistas e de aposentadoria, aumentos das desigualdades sociais e da violência e etc. A corrupção e os planos econômicos que jogam a conta da crise nas costas dos trabalhadores andam lado a lado nessa democracia a serviço dos ricos e dos corruptos.

Apenas no ano passado o governo corrupto de Colombo destinou R$ 5,46 bi de isenções fiscais que privilegiaram centralmente grandes empresas em Santa Catarina – as mesmas que demitiram milhares de trabalhadores quando a crise apertou. Atacou o conjunto da população fechando escolas públicas, deixando de investir o mínimo constitucional em educação e utilizou-se do seu principal programa de governo, o “Pacto por Santa Catarina”, para privatizar e terceirizar serviços de saúde pública e enriquecer ainda mais as entidades privadas que operam no setor, em detrimento da universalização do SUS e da melhoria de sua qualidade. 

O corrupto governo Colombo também atacou os servidores públicos, impondo uma reforma da previdência que aumentará a alíquota de contribuição de 11% para 14% e criou uma previdência complementar (SCPrev), acabando com o direito de aposentadoria integral. Retirou conquistas do plano de carreira do magistério e ameaçou de privatização a Casan e a Celesc. Agora renegociou as extorsivas dívidas públicas para continuar a pagá-las por mais 20 anos, o que só vai continuar a enriquecer banqueiros e deixar as mínguas a educação, a saúde e a segurança pública.



Devemos Confiar Somente na Nossa Mobilização  

Por tudo isso podemos dizer, sem exageros, que não existe capitalismo sem corrupção. Ela faz parte do sistema. Ajuda os empresários a ficarem mais ricos e os políticos também. Ajuda a uni-los quando o assunto é atacar a classe trabalhadora e seus direitos.

Diante dos escândalos de corrupção que envolvem o governador e outros políticos catarinenses, vem sendo defendido pela CUT e pelo PT, e também pela Intersindical/Central e pelo PSOL, apenas a abertura de processo de impeachment contra Raimundo Colombo. O PSTU acredita que isso não é a solução. Além da ALESC continuar barrando todos os processos de impeachment, caso algum deles vá para frente, quem vai assumir no lugar de Colombo é outro que se aproveitou da propina, o vice-governador Pinho Moreira, do PMDB, ou outro corrupto indicado pela ALESC. Num processo de impeachment quem julga e quem toma as decisões é a Alesc. Nossa classe nunca será contemplada. 

Os trabalhadores e as trabalhadoras com as mobilizações do último 08 e 15 de março, com a greve geral do dia 28 de abril e com a marcha à Brasília em 24 de maio demonstraram que podem reivindicar muito mais. É preciso defender fora Colombo, Pinho Moreira e essa Alesc! Fora Temer e esse Congresso Nacional! Fora todos eles!

Diante da corrupção e da crise o PSTU defende:


- Fora Colombo, Pinho Moreira, essa Alesc, Temer e esse Congresso Nacional. Fora todos eles. Greve geral de 48 horas. 

- Não as reformas da Previdência e Trabalhista e as privatizações e terceirizações.

- Revogar as medidas que retiram direitos dos trabalhadores ou que atacaram serviços e empresas públicas, a nível nacional e local.

- Prisão de todos os corruptos e corruptores e o confisco de seus bens. 

- Fim dos privilégios dos políticos, através de mandatos revogáveis e de salário igual ao de um professor.

- Estatização sob controle dos trabalhadores das grandes empresas envolvidas em corrupção, a exemplo das empreiteiras e da JBS.

- Fim do sigilo fiscal, telefônico e bancário de políticos e empresários envolvidos em corrupção.

- Precisamos de um plano econômico para que os ricos paguem pela crise, a começar, pelo fim das desonerações fiscais aos grandes empresários e dos pagamentos das dívidas públicas aos banqueiros. Destinação desses recursos para as áreas sociais e a geração de empregos através de um plano de obras públicas.

- O Brasil e Santa Catarina precisam de uma revolução socialista! Por um governo operário e do povo pobre, formado por conselhos populares eleitos nos locais de moradia e de trabalho com mandatos revogáveis a qualquer momento.



PSTU – Santa Catarina

03/06/2017

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