Deputados comprados com emendas barram investigação de Temer! Fora Temer! Fora Todos eles!
Da redação
Nesta quarta-feira, 2, a Câmara dos Deputados foi mais uma vez palco
de um show de horrores que expôs as entranhas desse regime burguês podre
e corrupto. Após Temer ir às compras e levar de baciada deputados em
troca da liberação de emendas parlamentares, a Câmara votou contra o
prosseguimento da denúncia de corrupção contra o presidente no Supremo
Tribunal Federal (STF). Seriam precisos 342 votos para dar sequência à
denúncia feita pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot.
Enquanto fechávamos essa matéria, o resultado já estava definido.
A votação foi um verdadeiro escândalo de escárnio e hipocrisia. A
compra de deputados não se encerrou nem mesmo durante a sessão. Segundo
relato da Folha de S. Paulo, o Secretário de Governo, Antonio Imbassahy,
foi visto com o deputado Beto Mansur (PRB-SP) segurando uma lista de
emendas parlamentares. Outros deputados, como o líder Efraim Filho
(DEM-PB) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) conversavam sobre os “assuntos da
Paraíba” e se abraçavam felizes. Um feirão em pleno plenário da Câmara, à
frente de todos e sem nenhuma vergonha.
Segundo levantamento da Agência Lupa, desde que veio à tona a
denúncia contra Temer, o governo liberou R$ 2,34 bilhões em emendas
parlamentares. Isso significa simplesmente 75% de tudo o que havia sido
liberado até agora em 2017. Só o folclórico deputado federal Wladimir
Costa (SD-PA), que ficou famoso por tatuar o nome de Temer no ombro,
recebeu nada menos que R$ 7 milhões, segundo o Portal Contas Abertas.
Compra de deputados à luz do dia para obstruir a Justiça, salvar Temer e
pôr fim à Lava Jato.
Enquanto o governo Temer abria a torneira do orçamento para comprar
parlamentares, anunciava um corte de R$ 5,9 bilhões do Orçamento e o
aumento da gasolina, que vai elevar o custo de vida dos trabalhadores e
da população mais pobre.
Mas não foi só com emendas parlamentares que Temer comprou sua
impunidade. No dia anterior à votação da Câmara, Temer editou uma Medida
Provisória que institui o Refis para os grandes latifundiários que
devem ao Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural). Além de
parcelar as dívidas dos fazendeiros, o acordo com bancada ruralista
prevê a redução da alíquota do Funrural. Com isso, o governo abre mão de
receber R$ 5,4 bilhões em dívidas entre 2018 e 2020. Temer tira da
Saúde, da Educação, e dos nossos salários para ir à feira e comprar
deputados para salvar seu mandato.
O papel do PT e das cúpulas das centrais
Não foi apenas a compra de deputados e a isenção milionária aos latifundiários e à bancada rural que garantiram a impunidade de Temer. Essa conta também deve ser debitada ao PT. Primeiro, puxaram o freio da Greve Geral marcada para o dia 30 de junho através da CUT e seus sindicatos, para centrar força na campanha das “Diretas Já”, disfarçada campanha para Lula 2018. Agora, o governador da Bahia, Rui Costa, do PT, chegou a exonerar dois de seus secretários para que pudessem retomar os mandados de deputado federal e votar a favor de Temer.
Não foi apenas a compra de deputados e a isenção milionária aos latifundiários e à bancada rural que garantiram a impunidade de Temer. Essa conta também deve ser debitada ao PT. Primeiro, puxaram o freio da Greve Geral marcada para o dia 30 de junho através da CUT e seus sindicatos, para centrar força na campanha das “Diretas Já”, disfarçada campanha para Lula 2018. Agora, o governador da Bahia, Rui Costa, do PT, chegou a exonerar dois de seus secretários para que pudessem retomar os mandados de deputado federal e votar a favor de Temer.
Com isso, ficou evidente que o PT não é contra tirar Temer, mas
prefere mantê-lo lá, se desgastando para capitalizar nas eleições do ano
que vem com Lula. Também se desmoraliza ainda mais a história do
“golpe” contra Dilma.
Outra parte dessa conta está nas direções de centrais como a Força
Sindical e a UGT, que também boicotaram a Greve Geral do dia 30. O
corrupto Paulinho da Força, do Solidariedade, base do governo, votou a
favor de Temer. Isso poucos dias após ele ter sancionado a reforma
trabalhista, que tira direitos históricos dos trabalhadores. Não é
somente que as cúpulas dessas centrais rifaram a greve para negociar com
o governo. A política que eles defendem não é contrária a que o próprio
Temer implementa.
Caso não houvessem puxado o freio da Greve Geral do 30 de junho, a
reforma trabalhista não teria sido aprovada e muito provavelmente Temer,
que amarga rejeição histórica, já não estaria sentado na cadeira de
presidente.
Temer, porém, deve pagar caro pelo show de horrores que assistimos
neste dia 2. E não com os bilhões do orçamento distribuído aos
parlamentares. O ódio que enfrenta da população e dos trabalhadores deve
aumentar ainda mais, criando uma situação de instabilidade que pode
explodir a qualquer momento.
A saída para botar abaixo esse governo, esse Congresso Nacional de
corruptos e as suas reformas, é a organização pela base das categorias
dos trabalhadores e dos comitês. Vamos unificar por baixo as lutas dos
trabalhadores e do povo pobre, enfrentar as direções das centrais
pelegas, rumo a uma mobilização e uma Greve Geral que ponham abaixo o
governo Temer e o Congresso, revogue a reforma trabalhista e enterre de
vez a reforma da Previdência exigida pelos banqueiros.
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