Debate entre os candidatos a governo não passou de uma conversa tediosa

Tarcísio Eberhardt

O debate entre seis  candidatos ao governo do estado de SC promovido pela RBS nessa reta final das eleições foi uma verdadeira demonstração da demagogia que impera nas eleições. Além disso, foi extremamente tedioso, não apenas pela mesmice das respostas dos candidatos,  como como também pelas perguntas feitas pelos organizadores, ajudando que ele fosse  rasteiro e desinteressante.

Com apenas diferenças superficiais,  todos os candidatos  não cansaram de afirmar (o cansaço ficou por nossa conta, os telespectadores) que serão os melhores  para administrar o estado e que tudo se resolveria no seu mandato.

Afrânio,  do Psol, única candidatura de esquerda presente ao debate, apesar de ter levantado algumas importantes bandeiras dos trabalhadores e da juventude, também não conseguiu fugir dessa lógica de que seria um melhor administrador do estado. Para nós, não importa o governador "mais competente" e sim aquele que governe com e para os trabalhadores. 

Infelizmente, nem o PSTU, nem o PCB foram convidados para o debate. A RBS alega que não precisa nos convidar porque não temos representação parlamentar. No fundo sabemos que usam a brecha da lei para nos excluir de forma anti-democrática. Todos os candidatos deveriam ter o mesmo espaço, caso contrário as grandes candidaturas (leia-se com dinheiro) continuarão no poder. 

O curioso no debate é que nenhum dos candidatos conseguiu explicar de forma razoável de onde virá o dinheiro para cumprir todas as suas promessas. Isso porque nenhum deles se propôs  a atacar a base do problema, dizendo com todas as letras que nada vai mudar se não pararmos de pagar a imoral dívida pública do estado. Essa é uma questão chave para que se possa começar a mudar a atual realidade dos serviços públicos. Como resolver o problema da saúde, educação, transporte, se a gigantesca parte dos recursos arrecadados vai de mão beijada para os banqueiros? Além disso, ninguém falou também de outras medidas, como o fim das isenções ficais aos grandes capitalistas e o não acatamento da absurda lei de responsabilidade fiscal.

Essa inversão de prioridades só poderia ser proposta por uma candidatura diferente. Uma candidatura que enfrente e não tenha medo dos ricos e poderosos, pois são eles que investem pesado nas eleições para manter a sua situação social. Para eles está bem que o estado garanta seus gigantescos lucros e quase nada de recurso para o bem-estar da grande maioria da população, com investimentos nos serviços públicos essenciais. 

A serviço desse programa se coloca claramente a candidatura de Gilmar Salgado, que faria toda a diferença nesse debate.

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