As privatizações do governo Dilma em Santa Catarina são por terra, água e ar

Rodovias, portos e aeroportos do estado estão incluídos no pacote de privatizações do governo federal.

O novo pacote de concessões de obras públicas para a iniciativa privada foi tão grande que mesmo o governador Colombo, um radical defensor das privatizações, se disse satisfeito com ele. Está no pacote grande parte das rodovias federais no estado, o aeroporto de Florianópolis e parte dos portos de Itajaí e São Francisco do Sul. Assim, o “file mignon” da infraestrutura de transportes no estado será privatizada. Há casos escandalosos, como o trecho sul da BR 101, que após décadas para ser concluído e bilhões gastos em investimentos públicos, será entregue para a exploração privada.

No entanto, muitos companheiros podem achar que isso não é um mal tão grande, uma vez que a iniciativa privada assim entraria com recursos para financiar obras tão necessárias. Mas aí está o primeiro engano: nacionalmente serão cerca de R$ 200 bilhões em financiamentos para logística e infraestrutura no país. Porém,  a grande maioria destas obras será financiada com dinheiro público do BNDES. Apenas 10 a 30% serão investidos pelas empresas privadas. Ou seja, dinheiro público gasto para que empreiteiras lucrem. E pasmem!: as empresas envolvidas no escândalo da Lava Jato poderão participar dos leilões.

A segunda questão que pode nos induzir ao erro é o fato de que a privatização anterior feita no estado, a da BR 101 norte, ter resultado em um pedágio relativamente baixo. Mas também isso é um engano: o atual sistema de concessões é diferente do que houve então. Naquele o critério, para que uma empresa fosse a ganhadora, incluía que ela oferecesse o menor preço do pedágio. Nesse atual processo de privatização,  esse critério simplesmente não existe. Ganha quem oferecer o maior lance no leilão e pronto. Na verdade, esse modelo já existia durante o governo de FHC e resultou em preços extorsivos. É bom lembrar que na época este modelo era corretamente combatido pelo mesmo PT, que agora o adota.

Portanto, se por um lado podemos esperar preços abusivos nos pedágios e nas taxas de embarque, por outro vemos o dinheiro publico, que tanto falta na educação, saúde e segurança, ser desviado para salvar as grandes empreiteiras, que afinal são as grandes financiadoras das campanhas tanto do PT como do PSDB, PMDB e PSD.