Coluna CULTURAL 9



Após um curto, porém merecido, período de férias, retomamos os nossos esforços em lançar semanalmente nossa coluna cultural. A intenção desta é, conforme já salientado, não somente divulgar acontecimentos da cena cultural da cidade e sua região. Mas, e principalmente, ajudar a divulgar aquilo que não está em evidência nos grandes veículos de comunicação midiáticos, como forma de contraponto à grande imprensa. Por isso é imprescindível a participação de todos, não somente com envio de notas, mas também com sugestões.


ARTE COMO EXPERIÊNCIA

A mostra é o resultado de um ano de processos artísticos desenvolvidos no grupo de estudos Estúdio de Pintura Apotheke, do Ceart/Udesc. A exposição ode ser conferida até o dia 1º de fevereiro e ocorrerá no próprio centro, sito à Av. Madre Benvenuta, 2007, no bairro Itacorubi.



MARES E LUGARES - Especial da cidade

A exposição Mares e Lugares - Especial Floripa, do atleta André Carvalho, chega no Floripa Shopping apresentando 25 fotos de paisagens peculiares da Ilha de Santa Catarina. Com o intuito de incentivar a prática de atividades turísticas e esportivas, a exposição também traz vídeos de ondas e performances do atleta, em um trabalho documental que demonstra uma outra perspectiva de viver o mundo dentro de um esporte.

Local: Floripa Shopping
Quando: 09/01/2015 a 09/02/2015


CINEMA: Mais ou menos

Está em cartaz hoje e estará também dia 24/01, no Cinema do CIC o Filme "Mais ou menos". Gravado em Florianópolis, retrata a vida de dois jovens, Ivo e Sandro, que juntos estudam em um colégio da capital e mantêm uma relação conturbada, um caso de bullying que parece não ter solução. Ao contrário do que sugere o título, a narrativa supera expectativas e surpreende até mesmo aqueles mais experimentados. Com um linguagem simples, porém uma trama bem bolada, o filme mostra o drama de dois jovens que tentam superar o preconceito.


SUGESTÃO DE LEITURA: "A necessidade da arte", de Ernst Fischer


Ernst Fischer, em A necessidade da arte, revela-se um poeta, um esteta e grande crítico. Os assuntos foram subdivididos em cinco capítulos, os quais apresentam um incrível painel das artes desde os tempos mais primitivos. Segue uma síntese da visão de Fischer. A função da arte não está apenas no fato de levar o homem a conhecer e mudar o mundo, mas também por seu caráter mágico, pela magia que lhe é inerente. Desprovida desse resíduo de magia provindo de sua natureza original, a arte deixa de ser arte. Infere-se que a arte é tão antiga quanto o homem, e este, por princípio, um mago. Foi utilizando ferramentas que o homem se fez homem, produziu-se a si mesmo. Simultaneamente, o homem e a ferramenta passaram a existir, indissoluvelmente ligados um ao outro. O homem possui razão e mão, e foi a mão que libertou a razão humana e produziu consciência própria do homem. A eficiência é muito mais antiga do que o propósito; a mão é uma descobridora há mais tempo do que o cérebro. (Basta observar uma criança desfazendo um nó: ela não pensa, limita-se a experimentar. Só paulatinamente, a partir da experiência das mãos, é que vem a compreensão de como se fez o nó e do melhor modo de desfazê-lo). O homem primitivo ainda não distinguia claramente entre a sua atividade e o objeto ao qual ela se relacionava; as duas coisas formavam uma unidade indeterminada. Embora a palavra se tivesse tornado signo (não mais uma simples imitação ou expressão), uma pluralidade de conceitos cabia dentro desse signo. Só gradualmente veio a ser atingida a pura abstração. Em todo poeta existe certa nostalgia de uma linguagem mágica, original. A arte, em todas as suas formas, era uma atividade comum a todos e elevando todos os homens acima do mundo animal. Mesmo muito tempo depois da quebra da comunidade primitiva e da sua substituição por uma sociedade dividida em classes, a arte não perdeu seu caráter coletivo. Em suma, Ernst afirma, nesta bela obra, que uma das funções da Arte é (re)colocar o homem em equilíbrio com o mundo que o circunda e consigo próprio.

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