Coluna nº10 - Verão, carnaval milionário, vida difícil dos ciclistas, dinheiro público, saúde.
Nessa semana
retomamos nossa coluna semanal. Ela é uma iniciativa que tem por
objetivo ser, ainda que de maneira
modesta, um contraponto à
grande imprensa de nosso estado, que é vinculada ao grande capital.
Essa vinculação a faz terrivelmente imparcial, em especial contra
os movimentos sociais, mas também contra os interesses dos
trabalhadores e da juventude lutadora.
Para que possamos
levar adiante essa iniciativa, precisamos contar com a colaboração
dos companheiros, não só para a divulgação desta coluna, como
também necessitamos que nos escrevam sobre temas que possam
interessar à
luta dos explorados e oprimidos.
Por fim, desejamos,
novamente, a todos, um 2015 com muita disposição de luta, pois os
ataques não cessarão;
basta ver os aumentos das passagens dos ônibus que querem nos
impor.
Diário da
província.
A imprensa de SC, em especial a de
Florianópolis, continua se comportando como se vivêssemos numa
província do século 19. Todo verão é a mesma coisa, enchem os
jornais com “matérias” sobre os famosos (alguns nem tanto), que
vêm para cá para passar as festas de final de ano. Enquanto isso,
questões que realmente dizem respeito à vida da grande maioria das
famílias dos trabalhadores nem aparecem nesses jornais.
Quem chegou nesse
verão.
A dura
realidade é que quem chegou de vez nesse verão foi a Dengue. Até
agora estávamos livre dessa desgraça, devido principalmente a
fatores climáticos. Mas era de conhecimento de todos que trabalham
com saúde que mais cedo ou mais tarde, se nada fosse feito, ela
chegaria aqui. Ao invés de o governo do estado e as prefeituras
terem aproveitado todos esses anos, para fazerem campanhas efetivas
para erradicar os primeiros focos do mosquito transmissor, o aedes
aegypti,
quase nada fizeram. Assim, hoje a cidade de Itajaí enfrenta um surto
dessa doença e muito possivelmente nos próximos anos haverá
ocorrências também em outras cidades do estado,
já que os focos do mosquito estão proliferando-se em varias regiões
do estado.
Carnaval milionário.
R$ 7,3 milhões é o montante doado
pelo estado de SC para o carnaval deste ano. Somente para as escolas
de samba de Florianópolis foram 3,8 milhões. Somando-se isso ao que
foi dado pela prefeitura de Florianópolis, somente o desfile na
passarela Nego Quirido,
em Florianópolis, receberá R$ 6,3 milhões do dinheiro público.
Governos neoliberais, como o de Colombo e de Cezar Souza Jr, que
atacam constantemente os serviços públicos com a intenção de os
privatizar, não têm o menor pudor em dar o dinheiro público quando
se trata de beneficiar os empresários do turismo que são quem
realmente fatura com o carnaval.
Vida
difícil a dos
ciclistas.
A
vida dos ciclistas em Florianópolis já não era nada fácil. Há
pouquíssimas ciclovias e ciclofaixas. As vias são muito estreitas e
há pouco respeito por parte dos motoristas. Apesar de todas essas
dificuldades, há um numero crescente de usuários dessa forma de
transporte, pelas grandes vantagens que ela proporciona. O problema é
que agora um novo pesadelo tem atingido os ciclistas: são os
constantes assaltos de que têm sido vítimas. Eles têm ocorrido
mesmo em plena luz do dia e no centro da cidade. É mais uma
demonstração eloquente do descaso com a segurança publica em nosso
estado e do fracasso do seu atual modelo.
Governo
estadual e Ceasa são multados por exploração de trabalho infantil.
“O
Estado vem descumprindo não só a determinação da Justiça, mas a
Constituição. É um descaso”. Essa declaração do procurador do
Trabalho, Sandro Eduardo Sardá, autor da ação que culminou na
multa ao Ceasa e ao governo do Estado demonstra bem que é o governo
o grande responsável por nosso estado estar
na triste colocação de o quarto estado onde mais ocorre trabalho
infantil no país.
Cadê
o Dinheiro? - 1
Em 2014 o governo de SC teve
dinheiro para investir 57% a mais que no ano anterior. Somente a
arrecadação estadual cresceu 11,32%, muito acima do que ocorre no
resto do país. Mas se não falta dinheiro para o estado, por que
então nossos serviços públicos estão piorando dia a dia? A
resposta é que a maioria desse dinheiro não é utilizada para
beneficiar os trabalhadores e a juventude, mas sim para ajudar, e
muito, os grandes empresários, que cada dia desfrutam de mais
benesses do estado. Nosso estado esta se tornando um paraíso para
eles, enquanto que para se marcar uma mera consulta médica, os
trabalhadores têm de enfrentar filas que, na maioria das vezes,
demoram mais do que um ano para serem atendidos.
Cadê o dinheiro? -
2
Também o funcionalismo não pode
esperar nada de bom deste governo, apesar desse enorme aumento de
arrecadação. Para se ter uma ideia do que lhes espera, é bom ver o
que falou a esse respeito o “todo poderoso” secretário de da
fazenda, Antônio Gavazzoni, em uma entrevista ao DC. Depois de
declarar que o atual arrocho salarial em que vivem continuara até o
final do seu governo ainda prometeu atacar a previdência publica do
estado. Sem meias palavras,
declarou: “A
gente precisa debater isso com a sociedade, com nossos servidores e
fazer aquilo que vou chamar de uma segunda onda de reforma
previdenciária. A gente tem que debater saídas. A insuficiência
financeira é muito grande”. Muito grande é a cara de pau desse
governo. Portanto, companheira(o)s do serviço publico, é necessário
desde já preparar a luta contra mais esse ataque e por melhorias
salariais.
PÉROLA
"Nenhum
direito está sendo suprimido".
(Declaração
do ministro do trabalho, o catarinense Manoel Dias, mentido sobre as
alterações no seguro desemprego. Isso quando o próprio ministério
admite que essas mudanças farão com que, no mínimo, 2,3 milhões
de trabalhadores percam até mesmo esse direito).
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