Sobre a Morte do surfista Ricardinho: quantos jovens mais teremos que perder?
Veio a
falecer no último dia 20 de janeiro o surfista Ricardo dos Santos, o
Ricardinho. Ele vivia e aprendeu a surfar na Guarda do Embaú, em
Palhoça, SC. Era especialista em surfar ondas gigantes e participou
de diversas competições internacionais, vencendo, inclusive,
algumas delas.
As
circunstâncias da morte remontam a tragédia e a revolta. Ele foi
covardemente assassinado por um policial que estava de folga depois
de um breve desentendimento. O assassino, segundo informações
veiculadas na grande imprensa, já tinha histórico de agressão e
nunca sofreu nenhuma punição da instituição policial, nem da
justiça civil.
Nós, do
PSTU, manifestamos nosso profundo pesar a familiares e amigos,
sabendo que a perda é irreparável, e exigimos das autoridades
punição rigorosa e exemplar para o culpado.
Acreditamos
também que a tragédia que envolve sua morte não é um caso
isolado. São milhares de jovens que morrem todo ano em execuções
sumárias efetuadas por forças policiais ou esquadrões da morte
compostos por policiais. A maioria deles são negros, pobres e
moradores de periferias.
Situações
como essa nos fazem crer que é cada dia mais insustentável a
manutenção de aparatos de forças policiais militarizadas. É essa
estrutura militarizada que fez com que o assassino de Ricardinho
pudesse ser considerado até agora bom policial e nunca tivesse
sofrido nenhuma sanção rigorosa, apesar de seu histórico. É
também essa estrutura militarizada que faz com que muitas vezes a
abordagem padrão das forças policiais seja primeiro atirar ou
agredir e depois perguntar.
Defendemos
a desmilitarização das polícias e a criação de uma guarda civil
unificada, onde delegados e chefes de polícia sejam eleitos pela
população. Cada vida perdida dessa forma torpe é insubstituível e
isso preciso parar. Desmilitarização já!
___________
Leia também:
Comentários
Postar um comentário
Gostou dessa matéria? Deixe seu comentario.