Greve dos professores continua em Santa Catarina. Toda a solidariedade para a vitória da greve!


Os professores da rede estadual de Santa Catarina estão dando uma lição de luta, ousadia e resistência. Aprovaram o início de sua greve em 24 de março e no último dia 14 de maio, em assembleia geral, deram continuidade ao movimento dada a falta de negociação por parte do governo de Raimundo Colombo (PSD/PMDB) e a insistência em retirar direitos da categoria.

Através da sua longa duração e de diversas manifestações ocorridas, a greve mostra toda a insatisfação das professoras e dos professores com a atual situação da educação pública estadual. Realizaram ocupações na ALESC e na entrada da secretaria de educação, exigindo uma real abertura de negociação. Ocuparam as duas vias da BR-101 no último dia 14 de maio. Nesse momento mantém a ocupação na ALESC. Novas atividades deverão ser organizadas pela categoria.


Negociação, Já! Dinheiro tem para atender ao magistério

Como porta-voz de sua política que não realizou até agora nenhuma negociação efetiva com o magistério, Colombo coloca o secretário da educação, Eduardo Deschamps, que teve inúmeras declarações expostas na mídia, mostrando todo o autoritarismo do governo e a falta de escrúpulos do governador e do secretário, que recrutam inúmeros diretores de escola para perseguir, intimidar e assediar grevistas. Agora temos o desconto de salário, uma verdadeira covardia, e a tentativa de contratação de professores substitutos aos grevistas.

Dinheiro tem de sobra para atender as reivindicações da greve. Em 2015 o governo estadual destinará R$ 7 bi para renúncias fiscais aos grandes empresários e com pagamentos das dívidas interna e externa que privilegiam apenas aos banqueiros. Isso sem contar os milhões gastos com as secretarias regionais, que são verdadeiros cabides de emprego, e mais outros milhões com os privilégios dos salários de políticos, juízes e altos funcionários do estado. É necessário parar de dar dinheiro público aos ricos e poderosos para investir na educação e no magistério!


Ampliar e Fortalecer a greve para derrotar Colombo! 
Impedir a direção CUTista de desmontar a greve

É fundamental ampliar e fortalecer a greve no magistério para garantir conquistas. Graças a greve que Colombo teve que recuar na MP 198. Mas mantém muitos ataques. Entre outros, mantém a incorporação da regência, a implantação da meritocracia, continua com as punições, mantém a contratação de ACTs como horistas, mantém a compactação da tabela e vai contribuir para piorar a qualidade de ensino ao não agregar novas verbas para a educação pública. Além de tudo, a proposta de Colombo é machista, pois rebaixa as condições de vida e de trabalho de uma categoria composta majoritariamente por mulheres, que já enfrentam a dupla, tripla e quádrupla jornada e um mercado de trabalho que superexplora o trabalho feminino.

O determinante para uma nova vitória da categoria será a ampliação da greve. No entanto, a CUT e o PT, que são maioria na direção do SINTE/SC, não mobilizaram pra valer as regionais que dirigem, com elas mantendo em sua grande maioria um quadro baixo de greve. A CUT dentro do sindicato tem essa política porque apoia o governo Dilma (PT/PMDB) que é uma das grandes aliadas de Colombo, e a CUT também tem um cargo no governo estadual, com a cutista e ex-presidente do SINTE-SC ocupando cargo no Conselho Estadual de Educação.

Para fortalecer a greve é preciso impedir a traição do setor cutista, fortalecendo o controle da base 
sobre os rumos da greve, ampliando a adesão da categoria e ampliando sua divulgação e sensibilização na população para o apoio do movimento grevista. Chamamos a unificação de todo setor independente hoje da direção cutista para junto da CSP-Conlutas construir uma oposição forte e unificada ao governismo no sindicato, fortalecendo a construção da greve na base.

Na assembleia de 14 de maio foi aprovado que os membros do comando devem passar pela votação das assembleias regionais. É preciso agora de fato garantir que o comando da greve seja de fato avaliado e referendado nas assembleias regionais. Todos os seus membros, em primeiro lugar os membros da diretoria executiva do sindicato, devem passar pelo crivo da base para continuarem no comando. Quem não estiver representando as vontades do movimento deve ser substituído!


Unificar as lutas da educação no Brasil todo

Podemos e devemos unificar o movimento pela educação hoje em greve no país. Existem hoje muitos estados e municípios em greve. Em São Paulo e no Paraná os professores enfrentam a truculência dos governadores Geraldo Alckmin e de Beto Richa, ambos do PSDB. Foi uma verdadeira covardia a repressão brutal feita contra o magistério e demais trabalhadores paranaenses por Beto Richa. No município de Goiânia, com Paulo Garcia do PT à frente, os trabalhadores da educação enfrentam também truculência e repressão. Agora os professores de Florianópolis, junto dos trabalhadores da administração municipal e da saúde, enfrentam o não menos truculento governo de César Souza Jr (PSD).

Em Macapá, onde a prefeitura é do PSOL, não é diferente, pois os professores seguem em greve e o prefeito Clécio Luís (PSOL) não negocia e ameaça os trabalhadores da educação. Hoje Clécio Luís, que governa aliado a Allan Sales do PPS, e se elegeu com o apoio do DEM, PSDB e PTB, segue o mesmo receituário neoliberal de qualquer outro governo.

É necessário fortalecer a greve em nosso estado, construindo-a pela base e a mantendo-a independente dos governos. Unificar o professorado nacionalmente numa grande mobilização nacional da educação.


Construir o 29 de maio: dia nacional de paralisações e manifestações, rumo à greve geral!

Os ataques de Colombo começam contra o magistério e se ampliam cada vez mais com seu projeto de reforma administrativa e de reforma previdenciária, que retiram direitos de todos os servidores públicos do estado e agora pretendem avançar na privatização de empresas públicas como a CASAN.
O PL 4330, que trata da ampliação das terceirizações e conta com o apoio do Governo Dilma e do Congresso Nacional, representa uma grande ameaça aos trabalhadores brasileiros. Os terceirizados hoje ganham menos, trabalham mais, sofrem mais acidentes e mortes no trabalho e são as maiores vítimas do trabalho escravo. Patrões e governos querem que esse seja o padrão das relações de trabalho no país. Também não queremos as medidas provisórias 664 e 665 de Dilma, que restringem direitos e retiram de milhões de trabalhadores a possibilidade de ter acesso ao seguro-desemprego, a pensão por morte, ao auxílio-doença, ao abono salarial e até ao seguro-defeso, no caso dos pescadores. Exigimos que Dilma devolva os R$ 9,42 bilhões que cortou da educação. Precisamos igualmente dar um basta em toda a corrupção presente em todos os governos, que traz uma justa indignação a todo povo trabalhador.

Precisamos hoje fortalecer as lutas dos trabalhadores e da juventude e unificá-las, pois os ataques não param e vêm de todos os lados. Uma grande mobilização unificada e nacional hoje da educação fortalecerá um processo mais amplo para parar o Brasil e derrotar as medidas de ajuste fiscal e de ataques aos direitos com uma greve geral de toda classe trabalhadora. Nesse sentido, precisamos fortalecer o dia 29 de maio como dia nacional de paralisações e manifestações pelo país!


O que o PSTU defende:

  • Construir e fortalecer a greve do magistério. Unificar as lutas da educação em todo país;
  • Rejeição do novo Plano de Carreira de Colombo, da proposta de ACT horista e de qualquer outro projeto de Colombo que retire direitos;
  • Aplicação imediata do reajuste de 13,01% no Piso e na Carreira. Manutenção da regência;
  • Pela Manutenção do Piso Nacional do Magistério. Rumo ao piso igual ao salário mínimo do DIEESE. Pelo piso na carreira. Contra a meritocracia;
  • Comandos de greve e negociação eleitos e controlados pela base. Todo poder às assembleias;
  • Defendemos o arquivamento dos processos contra a professora Viviane de Joinville, a readmissão do professor Eduardo de Florianópolis e o fim de qualquer outra perseguição aos que lutam! A anistia dos dias de greve com o não desconto deles, inclusive a anistia dos dias de greve de 2012! Exigimos a revogação da lei que impede as progressões!
  • Unificar a oposição contra a maioria da direção cutista do Sinte/SC!
  • Dilma, devolva os R$ 7 bi que cortou da educação! Abaixo o PL 4330, as MPs 664 e 665 e o ajuste fiscal do governo Dilma, do Congresso Nacional e dos patrões;Cadeia e confisco dos bens de todos os corruptos e corruptores!
  • Unir as lutas em todo país e preparar a greve geral dos trabalhadores. Fortalecer o dia 29 de maio como dia nacional de paralisações e manifestações!;
  • Chega de Colombo/PSD, Dilma/PT, PSDB e PMDB! Por um governo socialista e dos trabalhadores sem patrões e sem corruptos.

PSTU Santa Catarina – 17/05/2015

Contatos – Fone e WhatsApp: Cíntia (48 9676-2381, Criciúma); Marcus (47 9914-3258, Itajaí); Ricardo (47 9933-0393, Joinville); Rosane (48 9148-6000, Florianópolis); Serafim (48 9177-5380, Florianópolis).

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