Nem Roselane, nem Cancellier! Votar Irineu e seguir a mobilização independente!


 
Roselane e Lúcia, eleitas para a reitoria em 2011, tiveram uma oportunidade histórica de mudar a UFSC, pois contaram com o apoio de amplas parcelas da comunidade universitária para isso. Mas preferiram manter seus acordos com os setores privatistas e seguir fielmente as políticas do governo Dilma/PT, transformando a esperança em frustração.

Sua gestão foi marcada pela implantação a fundo de todas as políticas precarizantes do governo federal, além de não romperem com a tradição conservadora das antigas gestões de reitoria. A universidade durante a gestão Roselane/Lúcia seguiu a todo vapor no rumo da privatização das suas atividades. As fundações privadas da universidade continuaram a ter seus interesses muito bem atendidos. As suas 5 fundações (FAPEU, FEESC, FEPESE, CERTI e FUNJAB) movimentaram uma receita total só no ano que passou de R$ 207,9 milhões. Para isso, continuaram a se utilizar da estrutura física e do corpo de docentes, discentes e técnicos em nome de interesses privados de grandes empresas, lucrando milhões.

Agora, com a crise econômica e a política de ajuste fiscal implementada centralmente pelo Governo do PT, a reitoria Roselane/Lúcia aplica a fundo a cartilha de cortes na Educação, penalizando até a permanência estudantil e, consequentemente, os estudantes cotistas e negros e negras. No terreno da segurança universitária sua política é sinônimo do pior conservadorismo com o cercamento da universidade e ignoraram a pauta histórica da comunidade universitária e do movimento de mulheres de iluminação do campus.

Para aplicar seus ataques nesse período todo contou com a ajuda preciosa do Polo Comunista Luiz Carlos Prestes e da Juventude Comunista Avançando, ligados ao PSOL, e que têm o comando da Secretaria de Relações Internacionais da universidade. Colocaram-se como braço da Reitoria no movimento universitário da UFSC, procurando blindá-la a todo momento, à exemplo da recente ocupação de reitoria, onde na negociação da pauta do movimento estavam dos dois lados da mesa. Agora, na tentativa de justificar um apoio desesperado à reitoria apresentam as conquistas das lutas e greves da comunidade universitária, a exemplo do reajuste das bolsas e o plebiscito da EBSERH, como políticas dessa gestão, e não como vitórias arrancadas com muita mobilização que se enfrentaram duramente ao longo dos anos com a administração central da UFSC liderada por Roselane/Lúcia.


Luís Cancellier, Edson de Pieri e Cláudio Amante não representam novidade!

Diante do inevitável desgaste da gestão de Roselane/Lúcia temos 3 candidaturas que representam aqueles que sempre estiveram no comando da universidade. A candidatura de Luís Cancellier é a principal delas e conta com mais visibilidade. Lembramos que foi este mesmo candidato que votou no conselho universitário contra a paridade do voto nas eleições de reitoria, atacando o direito de voto dos estudantes e técnicos-administrativos e mostrando o quão antidemocrática será uma futura gestão sob seu comando. Junto com Roselane defende as parcerias público-privadas como saída para a universidade “sair da crise orçamentária”, onde independente de quem ganhar as eleições estará garantido o interesse das fundações privadas, mostrando que não representa qualquer novidade diante de Roselane. Cancellier conta com o apoio precioso e em peso dessas fundações, mas não só delas. Também da direção do DCE, da UCE/UNE e do SINTUFSC, comandados pelo PCdoB e outros grupos, que em troca de privilégios pessoais a alguns de seus dirigentes apoiam na maior cara de pau um candidato que ataca desde já os interesses dos estudantes e técnico-administrativos.

Os outros dois candidatos da direita tradicional da UFSC são Edson de Pieri e Claúdio Amante. O primeiro assinou o abaixo-assinado da APUFSC que defendia o peso de 70% do voto aos professores e o segundo foi pró-reitor de assuntos estudantis na gestão de Álvaro Prata (2008-2012), onde a PRAE virou balcão de trocas de favores em nome de apoio de setores do movimento estudantil à Reitoria. Todos eles, junto de Cancellier e Roselane, prometem agora mundos e fundos e escondem da comunidade universitária o cenário de profundos cortes de verbas. Independente de quem deles ganhar vão aplicar sem hesitar a política de ajuste fiscal do Governo Federal na UFSC.


Votar Irineu/Mônica! Mas Alertamos que é Preciso Romper a fundo com as Políticas do Governo Dilma/PT e das Fundações Privadas!

A greve dos docentes, TAEs e estudantes nos Institutos Federais de Ensino Superior (IFES) neste ano revelou o papel de gestores do Governo Federal desempenhado pelos Reitores em suas respectivas Universidades. É importante recordar que, em outubro do ano passado, 54 reitores de universidades federais de norte a sul do país apoiaram a reeleição de Dilma (PT), renunciando, de fato, ao papel de dirigentes de Universidades Públicas para desempenharem o papel de gestores das políticas privatistas do governo do PT. Consequentemente, em meio a um dos maiores ataques na história da Educação Brasileira, os reitores das Universidades esconderam da comunidade acadêmica os impactos dos Cortes no orçamento de suas respectivas universidades. E, aqui, a reitoria Roselane/Lúcia não foi diferente, afinal as condições de trabalho, de ensino, pesquisa e extensão na UFSC permanecem uma grande incógnita neste segundo semestre à medida que não há informações sobre o impacto dos Cortes na Educação no orçamento da UFSC.

Por isso, somente a luta e a organização independente de estudantes e trabalhadores da UFSC pode representar uma saída concreta diante desse cenário de cortes na Educação. As recentes e importantes lutas da comunidade universitária que se unificaram em assembleias que chegaram a contar com mais de quinhentas pessoas e ações conjuntas mostraram o caminho no qual acreditamos.

A democracia burguesa nada mais é do que um regime que tenta ocultar a dominação de uma pequena classe sobre o povo trabalhador. E o mecanismo das eleições é usado periodicamente  para reforçar a ideia de uma igualdade abstrata, isto é, de que somos todos iguais (cada cabeça um voto), incutindo em nossas mentes que as divergências e os anseios políticos devem ser canalizados para as urnas, jamais para as ruas. Entretanto, para nós do PSTU, somente a luta muda a vida!

Nas eleições burguesas, somos instruídos a ver em cada candidatura um projeto individual, e não um projeto de classe ou frações de classe. E isso não é diferente nas eleições para as Universidades Federais, ainda marcadas pelo autoritarismo e centralização do poder político nas mãos de um restrito números de docentes, onde quem realmente decide o novo reitor ou reitora é o Governo Federal a partir de uma lista tríplice, tendo as eleições apenas um caráter de consulta.

Portanto, criticamos a ausência no programa de Irineu/Mônica da defesa do voto universal na consulta à comunidade acadêmica e reiteramos: devemos apostar na mobilização permanente dos trabalhadores e estudantes da UFSC e na construção da unidade com todos os explorados e oprimidos de nossa sociedade!

O PSTU chama os estudantes, técnicos e professores a votar em Irineu/Mônica pois, em seu programa, são expressamente contra à EBSERH, se posicionam contra os cortes de verbas do Governo Federal na Educação e se colocam a favor da Jornada de 30h para os técnicos administrativos. Mas alertamos que esses posicionamentos da chapa Irineu/Mônica por mais importantes e corretos que sejam são insuficientes se não vierem acompanhados de outros. Além disso, é preciso que a candidatura Irineu/Mônica se pronuncie firmemente contra qualquer possibilidade de criação de Organizações Sociais (OSs) e parcerias público-privadas para a Gestão Universitária. E que se pronuncie contra a expansão do ensino à distância e a presença da PM no campus.

Por último, queremos dialogar com aqueles que se sentem inclinados a votar na chapa Roselane/Lúcia, por temor de um suposto “retorno da direita” na administração da UFSC, dando o chamado “voto útil” na candidatura Roselane/Lúcia. Para nós do PSTU, o voto realmente útil é aquele do qual você não se arrepende. É o voto que ajuda no avanço da consciência e da mobilização dos trabalhadores e da juventude e não o contrário. A experiência recente com o  estelionato eleitoral cometido pela candidatura de Dilma do PT nos ensina que não há saída para a juventude e para os trabalhadores quando estes renunciam ao classismo. O Governo Dilma (PT) nomeou um banqueiro para o Ministério da Fazenda, uma latifundiária para o Ministério da Agricultura, e em campanha prometeu não mexer nos direitos dos trabalhadores nem que a vaca tossisse, e logo depois de eleita comandou uma verdadeira retirada de direitos dos trabalhadores, além de cortar mais de 12 bilhões de reais da Educação, sob o lema jocoso de “Brasil, Pátria Educadora”.

Por isso, acreditamos que uma derrota eleitoral de Roselane e Cancellier e demais candidatos da direita tradicional seria importante e que o voto crítico em Irineu e a aposta na construção da mobilização independente dos trabalhadores e estudantes é o caminho para a construção de uma alternativa realmente de esquerda para a UFSC.


Comentários

  1. Boa tarde, gostaria de saber sobre os métodos de resolução de conflitos da UFSC? Já que terminei o mestrado faz 5 anos e ainda continuam me fazendo assédio moral e não sei o por que deste tipo de abusadores o fascistas continuam me fazendo assédio moral. Se eles roubam toda a universidade com esas calculadoras HP onde eles têm tudo e não precisam estudar. Acho eu que muitos estudantes brasileiros são pessoas que não respeitam as pessoas que se sabemos estudar e deverão resolver os 273 inquéritos que pousem na delegacia de florianópolis. Fico na espera dos seus comentarios . . .

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