Por um 8 de março classista e independente

O dia 8 de março é conhecido internacionalmente como um símbolo de luta das mulheres. Entretanto sempre apagaram nessa história as mulheres trabalhadoras. Neste ano não podemos permitir que a luta das mulheres trabalhadoras, negras LGBTs seja mais uma vez deixada de lado. Com o avanço da crise, são elas que mais sentem o peso do aumento da cesta básica, das tarifas de transporte e da retirada de direitos trabalhistas. Hoje o desemprego é uma realidade para muitas mulheres. O caso das trabalhadoras terceirizadas da Higilimp em São Paulo evidenciou isso. Além disso, Dilma prepara agora a reforma da previdência que só aguarda sua assinatura, e será um novo ataque brutal para as mulheres, visando igualar a idade de aposentadoria entre homens e mulheres ignorando a jornada dupla a qual as mulheres trabalhadoras são submetidas.

O fato de nossa presidente ser mulher não significa melhora de fato nas condições de vida das mulheres. Dilma junto com o Congresso Nacional desde o ano passado aplicam duros ataques aos direitos das trabalhadoras, negras, LGBTs e jovens. Por isso neste 8 de março nós temos que estar ao lado destas mulheres que estão cada dia estão mais expostas à violência e abusos. As mulheres desde o ano passado vêm denunciando não só os ataques dos setores mais conservadores no Congresso, como a redução da maioridade penal e o PL 5069 de Eduardo Cunha. Também foram protagonistas no enfrentamento contra as medidas de ajuste fiscal do governo Dilma, em greves, ocupações e manifestações.

Os cortes na saúde afetam diretamente as trabalhadoras, principais usuárias do SUS, esses mesmos cortes fazem do Zika vírus uma epidemia que penaliza as mulheres. Os riscos de microcefalia, sem assistência médica ou qualquer auxílio do governo, colocam a pauta do aborto mais uma vez na ordem do dia. Dessa forma as mulheres acabam bancando sozinhas as despesas da criança com microcefalia. Por isso é necessário dar direito escolhas as mulheres trabalhadoras legalizando o aborto.

Nos últimos atos, vimos setores ligados a defesa do governo Dilma, de aproveitar da radicalização das mulheres, para impor sua pauta de defesa do governo, como nos atos pelo Fora Cunha sequestrados por todo o país pela Frente do povo sem medo. Não podemos deixar que esta postura se repita com o 8 de Março.

Em Florianópolis está sendo organizado, por secretarias vinculadas a prefeitura e ao governo do estado, entidades políticas, gabinetes de deputados e vereadores, e alguns coletivos, ações para o mês de março chamadas “março é delas” sem nenhuma crítica a todos esses governos que vê retirando direitos e atacando as mulheres.  Nós do Movimento Mulheres em Luta e Assembleia Nacional de Estudantes – Livre, não participaremos deste chamado, iremos nos unir aos demais coletivos feministas combativos da cidade na construção de um 8 de março classista, independente e combativo.

As trabalhadoras de Florianópolis não confiam nesses governos. São eles que reduziram o piso das professoras, retiraram as menções de gênero do currículo e negligenciam a saúde pública e a educação. Estão aplicando, no Estado, os cortes e ataques do governo Dilma, no município, Sesar Souza Jr. diz que não tem dinheiro para municipários, mas isenta as empresas de impostos e quer vender a dívida para os banqueiros. A vida das mulheres trabalhadoras, negras, periféricas e LGBTs está cada vez mais difícil, não podemos aceitar rosas desses governos de Raimundo Colombo e Cesar Jr.. É preciso reagir a esses governos que estão unificados para retirar nossos direitos.

Hoje a luta das mulheres precisa ser independente daqueles que mais atacam seus direitos. Ou seja longe do governo PT, mas também longe da oposição do PSDB e PMDB. Tanto governo como oposição aplicam o mesmo projeto de cortes que afetam diretamente a vida das mulheres trabalhadoras, negras, LGBTs e jovens. Que lutam contra o ajuste e os ataques do governo Dilma e dos governos estaduais, mas também contra o machismo e a violência contra mulher que só aumentam durante a crise.

Por isso, em Florianópolis, no dia 8 de março estaremos às 17h no TICEN para conversar com as trabalhadoras da cidade. Chega. As mulheres trabalhadoras não vão pagar pela crise.


As mulheres trabalhadoras não vão pagar pela crise!
Contra a reforma da previdência! Fim das demissões! Redução da jornada de Trabalho sem redução de salários para que todos trabalhem! Salário igual para trabalho igual! 

Contra os efeitos do Zika Virus, assistência para as crianças, direito a decidir para as mulheres!
Investimentos em saneamento e controle do mosquito para combater o Zika. Assistência para todas as crianças e mães vítimas da microcefalia com qualidade e pelo SUS. Aborto legal, seguro e gratuito feito pelo SUS para as que desejarem interromper a gravidez.


Pelo direito ao exercício da maternidade e a decidir sobre ela!
Creches Públicas, gratuitas  e de qualidade, em tempo integral. Licença maternidade de 6 meses para todas as trabalhadoras. Licença paternidade 40 dias.


Dilma, Cunha, Temer e Aécio não nos representam! Fora todos os eles!
Contra o machismo e a exploração: Construir um governo dos trabalhadores, sem corruptos e sem patrões, baseado em conselhos populares.

Pelo fim dos estupros corretivos!

Por um Sistema Educacional Público que contemple a sexualidade humana em toda a sua diversidade!

Basta de Violência! Criminalização da homofobia já!

Investimentos de 1% do PIB para as políticas de combate a violência.

----------------------

Comentários

Postagens mais visitadas