A Prefeitura de César Jr e a câmara de vereadores são os principais responsáveis pela atual situação da cidade



A marca da campanha eleitoral de César Jr em 2012 foram as promessas de impacto, como a de barrar as construções desenfreadas, proteger o meio ambiente (numa cidade onde 43% é área de preservação permanente), resolver o problema da falta de vagas nas creches, melhorar a mobilidade e o planejamento urbano e acabar com o caos da situação da saúde pública municipal. Porém, nada disso aconteceu. César Jr depois de eleito se uniu à esta Câmara de Vereadores corrupta e a serviço dos  empresários para governar contra os trabalhadores e a juventude.
As construções desenfreadas continuaram, assim como continuou o déficit de vagas nas creches e as filas nos postos de saúde. No início de seu governo ele forçou a aprovação do Plano Diretor de maneira antidemocrática, com repressão no lado de fora da Câmara, enquanto o projeto era decidido pelos Vereadores.
O plano diretor de César Jr e da Câmara de Vereadores planejou o crescimento da população e da cidade para os próximos 20 anos a partir dos interesses da especulação imobiliária, facilitando a verticalização de Florianópolis em vários pontos, mas não pensou aquilo que é central num plano diretor, que é a qualidade de vida dessa população ao não assegurar as áreas verdes, a existência de praças e parques públicos ou de equipamentos públicos como creches, postos de saúde, espaços de cultura e arte e etc. Nas poucas limitações impostas pelo plano o próprio prefeito procurou burlá-las para facilitar, por exemplo, a construção do Hotel da construtora Hantei com 18 andares, na Ponta do Coral, ao emitir decreto no final de 2014, desobrigando a construtora de cumprir o novo plano diretor, que já havia contrariado a reivindicação dos movimentos sociais da cidade ao possibilitar empreendimentos empresariais no local, mas com limitação de 6 andares.
César Jr também foi o responsável por instalar o consórcio Fênix no sistema de transportes, sendo conivente com os patrões que pretendiam demitir centenas de cobradores, mas que tiveram que recuar diante da resistência da categoria e da opinião pública que foi contra a medida. Para piorar, junto da Câmara de Vereadores, foi envolvido num grande esquema de corrupção com a operação Ave de Rapina.
Sob a gestão de César Jr a cidade também vem passando por um aumento da violência contra as comunidades pobres com muitas incursões policiais nos morros e periferias, a exemplo do que vimos acontecer recentemente com a comunidade do Morro do Horácio. Esta se organizou e foi para a luta contra os abusos policiais e a cumplicidade da Prefeitura. Mas não para por aqui a criminalização e a expulsão do povo negro da periferia das regiões da cidade que são centrais e mais valorizadas. Outras medidas dificultaram em muito a vida da população mais pobre, a exemplo do fechamento do sacolão no centro da cidade, e a própria perseguição as manifestações culturais populares, a exemplo da batalha do rap no Largo da Alfândega, Centro de Florianópolis.
Atualmente, dos 10 vereadores recentemente acusados no esquema Ave de Rapina 4 deles tentam a reeleição na chapa de Gean Loureiro, outros 4 na chapa de Ângela Amin e outros 2 na chapa de Murilo Flores. Contando os 3 inquéritos da Polícia Federal temos 13 vereadores com suspeitas sérias de corrupção. O que significa que mais da metade da Câmara de Vereadores pode estar envolvida somente nesse esquema de corrupção. É a mesma corrupção que vemos em Brasília com a operação Lava Jato e atinge grandes partidos como o PT, PCdoB, PMDB, PP, PSD, PSDB e vários outros partidos, tanto do governo Dilma como do governo Temer.
As prioridades da prefeitura de César Jr e da Câmara de Vereadores ficam evidentes quando olhamos para o orçamento municipal. Descontando os efeitos da inflação, nos 3 primeiros anos de gestão César Souza Jr, o total do gasto social efetivamente realizado, atualizado para valores de 2016, caiu de R$ 1,2 bilhões para R$ 995,1 milhões de reais. Uma queda da despesa real de praticamente 18%.

1-      DESPESAS REALIZADAS COM GASTOS SOCIAIS - Prefeitura de Florianópolis - Gestão César Jr
ANO
VALOR CORRENTE
INFLAÇÃO OFICIAL
VALOR ATUALIZADO PARA 2016
2013
 R$ 921.132.792,58

 R$ 1.164.588.189,66
2014
 R$ 908.469.625,87
6,41%
 R$ 1.079.401.020,40
2015
 R$ 889.661.918,26
10,67%
 R$ 955.141.035,44
2016

7,36%*

FONTE: Relatório Resumido da Execução Orçamentária Municipal de 2013 à 2015, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor do IBGE e Relatório Focus do Banco Central de 12/09/2016. *Previsão Relatório Focus citado.

Nessa despesa foi levado em consideração o gasto total com segurança, assistência social, previdência social, saúde, urbanismo, educação, habitação, saneamento, ciência e tecnologia, trabalho, agricultura, transporte, desportos e lazer, cultura e gestão ambiental. Enquanto isso, nesses três primeiros anos foi dado de renúncia fiscal R$ 192,8 milhões, que privilegiaram centralmente grandes empresários, e foi pago R$ 176,0 milhões de dívidas públicas (interna e externa), em valores atualizados para 2016.

                                        2- RENÚNCIA FISCAL - Prefeitura de Florianópolis - Gestão César Jr
ANO
VALOR CORRENTE
INFLAÇÃO OFICIAL
VALOR ATUALIZADO PARA 2016
2013
 R$ 46.352.736,00

 R$ 58.603.764,12
2014
 R$ 61.685.785,00
6,41%
 R$73.292.157,91
2015
 R$ 56.736.075,00
10,67%
 R$ 60.911.850,12
2016

7,36%

FONTE: LDO Municipal de 2013 à 2015, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor do IBGE e Relatório Focus do Banco Central 12/09/2016. *Previsão Relatório Focus citado.

     3- PAGAMENTOS DAS DÍVIDAS PÚBLICAS- Prefeitura de Florianópolis - Gestão César Jr
ANO
VALOR CORRENTE
INFLAÇÃO OFICIAL
VALOR ATUALIZADO PARA 2016
2013
 R$ 47.113.012,03

 R$ 59.564.981,11
2014
 R$ 47.003.178,80
6,41%
 R$ 55.846.973,54
2015
 R$ 56.404.104,20
10,67%
 R$ 60.555.446,27
2016

7,36%*

FONTE: LDO Municipal de 2013 à 2016, Sistema Nacional de Indices de Preços ao Consumidor do IBGE e Relatório Focus do Banco Central 12/09/2016. *Previsão Relatório Focus citado.

No final do ano passado também veio à tona uma importante denúncia do vereador Lino Peres (PT), onde foi divulgado a lista dos grandes devedores de impostos da cidade. Grandes devedores são aqueles que devem 100 mil reais ou mais para o município em impostos. A lista não era pequena. Tinha mais de 600 nomes e o valor da dívida somada chegava à quase R$ 500 milhões no momento. Entre os grandes devedores estavam Costão do Santinho, bancos como Bradesco e Itaú, empresas do ramo imobiliário como a Habitasul e até a Cotisa que era a antiga administradora dos terminais de ônibus urbanos.
Com a entrada em cena da crise econômica as medidas ficaram ainda mais amargas. Alegando um rombo mensal nas contas municipais entre 10 e 15 milhões de reais, César Jr contingenciou em junho desse ano 22,7% do orçamento (R$ 364 milhões), atingindo a Saúde e a Educação. Não foram cumpridos os acordos firmados com os trabalhadores da prefeitura e chegou a atrasar o salário de temporários.
Virou uma prática cada vez mais comum a Prefeitura não fazer integralmente o repasse da sua parte patronal para a previdência dos servidores municipais, procurando parcelar esse repasse. Com a reforma da previdência que tentou fazer este ano, César Jr queria unificar os fundos de previdência dos servidores. Seu objetivo era usar o dinheiro acumulado no fundo previdenciário criado em 2009, que tem só quatro inativos, para cobrir o rombo deixado no fundo que abriga os servidores mais antigos e possui muitos inativos, e, assim, poder prosseguir com sua prática. A mais recente greve dos servidores municipais derrotou esse projeto do prefeito.

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