Escândalo de Corrupção em Florianópolis: somente a Mobilização dos Trabalhadores pode garantir investigação e punição!

Realizou-se na data de ontem (12/11/2014) uma operação da Polícia Federal, denominada AVE DE RAPINA, que resultou na prisão de quatorze envolvidos em escândalo de corrupção no município de Florianópolis-SC.

Entre os presos está o presidente da Fundação Franklin Cascaes, João Augusto Freyesleben Valle Pereira. César Faria, presidente da Câmara de Vereadores da cidade, foi detido, acusado de liderar todo este esquema de corrupção. O vereador César Faria é do PSD, o mesmo partido do Prefeito Cesar Souza Jr. e do Governador do Estado Raimundo Colombo. Também deste partido é outro detido, o vereador Marcos Aurélio Espíndola, o Badeko. Os guardas municipais Júlio Pereira Machado (ex-diretor de operações do IPUF), Jean Carlo Viana (ex-comandante da Guarda Municipal de Florianópolis) e Adriano Melo.

As cifras totais do escândalo podem chegar a R$ 30 milhões (trinta milhões de reais), segundo as primeiras estimativas. O escândalo, que veio à tona ontem, já teve outros capítulos anteriormente.

Em 17 de Setembro, em plena campanha eleitoral, Júlio Pereira Machado, que naquele momento era diretor geral de operações do IPUF, foi preso da Cidade de Vera Cruz, Rio Grande do Sul, com aproximadamente R$ 100 mil reais em dinheiro vivo. Junto dele estava Jean Carlo Viana, então comandante da Guarda Municipal de Forianópolis, e outro guarda municipal, motorista de Júlio. O dinheiro, segundo declarações feitas pelo próprio Júlio à polícia, seria uma doação de campanha para a coligação do PSD ao governo do Estado. Em troca, a empresa de radares teria uma aumento no valor do contrato que mantém com a Prefeitura de Florianópolis. O que fato aconteceu, ganhando um termo aditivo (aumento de preço com a concordância da prefeitura) de R$ 600.000,00, segundo primeiros apontamentos da CPI instaurada na Câmara de Vereadores de Florianópolis, após esta prisão.

Este escândalo, inclusive, tem muitas características a outros que vieram à tona recentemente, a exemplo do denunciado na Petrobras, que privilegiou o PT, PMDB e PP, e nos trens de São Paulo, que privilegiou o PSDB. Em todos esses escândalos houve trocas de privilégios para empresas em licitações e contratos com o poder público, formação de cartéis dessas empresas para ganhar contratos e o pagamento de propinas a políticos.

Nós do PSTU sempre defendemos a ideia de que essa democracia dos ricos se mantém por meio uma total relação política entre os grandes partidos e os grandes empresários. Não bastassem os bilionários financiamentos que as empresas dão para suas campanhas eleitorais, esses partidos recorrem ainda à corrupção para financiar suas campanhas e para o enriquecimento pessoal de seus membros.

Por isso que a CPI montada pela Câmara de Vereadores não é merecedora de qualquer confiança. É um verdadeiro "faz de conta": pretende assar mais uma pizza. Quem não se lembra do escândalo da MOEDA VERDE?, também em Florianópolis? Naquela ocasião tivemos, inicialmente, políticos e agentes públicos, sendo em seguida soltos, tendo muito dos crimes que cometeram prescritos na justiça sem sequer serem investigados a fundo. Ademais, essa Câmara está diretamente envolvida neste escândalo. Afinal, não podemos nos esquecer que foram esses vereadores que votaram pela alteração da lei sobre a publicidade nas ruas de Florianópolis, que foi articulada de maneira fraudulenta pelas empresas de publicidade. Apenas três vereadores foram contrários às alterações "compradas" pelas empresas de publicidade.

Somente a mobilização dos trabalhadores e da juventude pode garantir a punição dos envolvidos. É preciso fazer uma ampla investigação que envolva todos os envolvidos em corrupção na Câmara de Vereadores, os agentes públicos, os empresários, sendo essencial, inclusive, uma investigação que abranja também o Prefeito de Florianópolis e o Governador do Estado, onde todos os indícios colocam sob suspeita o financiamento de suas campanhas eleitorais.

Cadeia e confisco dos bens dos corruptos e corruptores!
Nenhuma confiança na CPI instaurada pela Câmara de Vereadores!
Por uma investigação ampla e irrestrita controlada pelos movimentos sociais e pelos sindicatos dos trabalhadores!