08 de março: as mulheres trabalhadoras não vão pagar pela crise



08 de março: dia de luta!

No dia 8 de março, dia internacional da mulher, estamos acostumadas a receber os mais diversos tipos de homenagem. Algumas recebem flores nas ruas, ou cartões com poesias; na TV as propagandas apelam para feminilidade da mulher e seu papel como mãe ou esposa. Poucos falam do verdadeiro significado da data: porque 08 de março é dia da mulher?

Essa data surgiu das manifestações de mulheres por melhores condições de vida e de trabalho no início do século XX. Portanto, para nós, o dia da mulher não é um simples dia de homenagens, é também um dia de luta pelo direito a igualdade. Hoje, por mais que muitos digam o contrário, as mulheres continuam tendo salário 30% menor do que o dos homens, cumprem uma dupla jornada, ao serem responsáveis pelo trabalho doméstico, estão nos piores postos de trabalho e sofrem com o assédio e a violência. Temos muito por que lutar!

Violência contra a mulher em SC

No Brasil, a cada meia hora uma mulher é morta em consequência da violência, são 5 mil por ano. Em Santa Catarina não é diferente, os casos de violência contra a mulher são cada vez mais frequentes e mais hediondos. Nosso estado ocupa o vergonhoso terceiro lugar no número de estupros, mesmo sendo um estado com pouquíssimas estatísticas divulgadas sobre o assunto. 

Com a Lei Maria da Penha, aumentaram o número de denuncias, porém a estrutura para o atendimento das mulheres vítimas de violência ainda é muito insuficiente. Hoje, uma mulher que é agredida, violentada ou mesmo ameaçada de morte, não tem uma casa abrigo para ir sozinha ou com seus filhos. As delegacias que atendem a mulher, também atendem menores e idosos, vítimas com perfis completamente diferentes e em um número muito superior a capacidade de atendimento. Também não contam com psicólogos e outros profissionais especializados para tratarem dos casos. Mesmo nos casos mais graves, a polícia é insuficiente para garantir a segurança: vimos no ano passado em Florianópolis, o caso da mulher que foi perseguida, agredida, estuprada, e mesmo com 37 Boletins de Ocorrência, teve que defender a sua vida atirando no agressor, que invadiu a sua casa e de seu filho de 6 anos. O que mais precisaremos fazer para nos defender?

Apesar dos casos impressionarem o os números só aumentarem, o governo do estado continua sem realizar investimentos suficientes para o combate a violência contra a mulher. Não faz sequer uma campanha educativa, quem dirá abrir novas delegacias ou casas abrigos. O governo Colombo ignora a condição da mulher em Santa Catarina e faz com que os números da violência só aumentem


O ataque de Colombo à educação é também um ataque às mulheres

O governo Colombo está tentando realizar um grande ataque aos professores estaduais de Santa Catarina. Com sua proposta de plano de carreira, congela o salário dos professores contratados, incorpora a regência de classe ao invés de aumentar pra valer a remuneração, transforma grande da categoria em horistas, além de outros ataques. Com esse plano, Colombo vai prejudicar a maior  e mais feminina categoria do estado. São as professoras as que mais irão sofrer as consequências do ataque do Governo.

Além disso, com o fim da hora atividade, as mulheres terão uma tripla jornada de trabalho. Isso porque o tempo gasto para preparo das aulas, correção dos trabalhos, anotação das notas, etc. não será mais considerado como hora trabalhada. Será preciso que a professora trabalhe dentro de sala da aula exaustivamente, passe a noite e o fim de semana trabalhando em casa e ainda arrume tempo para o trabalho doméstico, pois como sabemos, as mulheres ainda são responsabilizadas pelas tarefas do lar. Com a nova tabela, Colombo também exige que as mulheres trabalhem 05 anos a mais que hoje.

Hoje, muitas escolas estaduais ainda não conseguiram iniciar o ano letivo por falta de professores ou mesmo de estrutura física. Quem paga o pato quando os filhos não tem como ir pra escola? Mais uma vez as mulheres trabalhadoras, mães que precisam das creches e escolas públicas para poder ir ao trabalho.

O governo Colombo é inimigo da educação e também das mulheres.


As trabalhadoras não podem pagar pela crise

A situação do país se agrava com a crise econômica internacional. As trabalhadoras estão sentindo no bolso o aumento do preço dos alimentos, das tarifas de transporte e energia elétrica.

No mês de março, o presente do governo Dilma às mulheres trabalhadoras foram as medidas provisórias 664 e 665. Elas estão em vigor desde o dia 2 e mudam as regras dos benefícios para dificultar acesso ao seguro-desemprego, ao PIS, à pensão por morte e ao auxílio reclusão. Com isso, haverá uma economia de 18 bilhões reais, que serão utilizados no pagamento da dívida pública. Segundo a presidenta, em entrevista à imprensa, os ajustes foram feitos por ela tal como uma dona-de-casa faz os ajustes para garantir a manutenção da casa.

Uma vez que as mulheres são a maioria das que recebem salário-mínimo, a dificuldade para fechar o orçamento é realmente muito grande, mas quem sabe a dureza da vida não tira da boca dos filhos para entregar a um terceiro que vai continuar explorando cada vez mais. Foi justamente isso que Dilma fez: vai deixar milhares de trabalhadores e trabalhadoras sem PIS ou seguro-desemprego para dar aos banqueiros e empresários, que continuarão explorando nosso país.  É inadmissível que no governo da primeira mulher presidenta do país, as mulheres continuem apenas sendo vistas como boas administradoras do lar e que os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras sejam rifados para garantir os lucros do patrão. 

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