A marcha dos Amarildos: surge um movimento para disputar os rumos do crescimento da cidade

 Florianópolis parou no dia 7 de fevereiro para ver uma grande marcha passar. A ocupação Amarildo de Sousa marchou pela avenida beira mar, até o centro da cidade reivindicando direitos básicos: moradia, terra e trabalho. A avenida Beira Mar ficou bonita de ver, ocupada por uma coluna de trabalhadores vestidos de vermelho em luta por seus direitos mais essenciais.

A marcha foi organizada para pressionar a audiência de conciliação na justiça em favor da ocupação e para garantir a permanência dos moradores na área. O Movimento foi apoiado pelo PSTU, CSP-Conlutas, ANEL e vários sindicatos, movimentos e partidos de esquerda da cidade e ao fim conquistou mais dois meses sem reintegração de posse sem ameaças da policia.

Este ato foi só o começo.  As construtoras e a burguesia da cidade, unidas para defender seus privilégios e garantir as terras mais valorizadas para seus empreendimentos luxuosos, ganharam um inimigo a altura na luta pela moradia: o movimento popular de Florianópolis.

Governos e mídia: amigo dos empreiteiros e inimigos dos trabalhadores

Não é por acaso que surgem movimentos de luta por moradia popular e reforma agraria. No Brasil, segundo o IBGE, faltam 7,9 milhões residências e 25% da população brasileira (52 milhões de pessoas) têm condições precárias de moradia. O tão comentado programa de moradia do governo Dilma; “minha casa, minha vida” não atende essas famílias, pois 90% dessas delas ganham menos de três salários e fica de fora do público alvo do programa. O governo federal passou 33 bilhões para as construtoras e não resolveu o problema, mas arranjou excelentes parceiros para as suas campanhas eleitorais como se viu nas volumosas “doações” das empreiteiras na ultima eleição.

O governo leva infraestrutura às áreas de especulação das grandes empresas para valoriza-las, muda legislação (plano diretor) para favorecer as empreiteiras, promove despejos e remoções, tirando trabalhadores de suas casas e entregando a terra a especuladores. Nós defendemos – ao contrário do governo e da mídia burguesa – o direito dos trabalhadores pobres de ocupar as áreas sem uso social para construírem moradias.


A Marcha dos Amarildos foi só o primeiro passo nessa luta. É preciso que todos aqueles que acreditam em uma sociedade mais justa e desejem lutar por isso, se incorporem as manifestações de apoio e solidariedade. A ocupação Amarildo tem que ser uma semente para a cidade de Florianópolis começar a crescer de outra forma, uma cidade para os trabalhadores.








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